O PM Igor Ramalho Martins foi preso 3ª feira, 8/9, na ação “Total Flex”, realizada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e outras unidades da Polícia Civil, na região da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Equipes da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também atuaram na ação.
Além de Igor, também foi preso outro PM, Rodrigo Dias Renovato Alonso. São procurados ainda os PMs Maurício da Silva Santos, Leandro Santos Macedo e Bruno Cardoso da Silva Oliveira. Os agentes apreenderam telefones celulares e armas e visam cumprir outras prisões.
Segundo o delegado titular da DHBF, Moysés Sant’Ana, “o PM Igor é o chefe do bando e ele tem ligações com Wellington da Silva Braga, vulgo Ecko, o miliciano mais procurado do Rio de Janeiro, e com Edgar Alves de Andrade, apelidado de Doca, considerado um dos chefes da maior organização criminosa que atua no estado”.
Para o delegado, “o Igor é miliciano e tem envolvimento com a faccão que domina o tráfico de drogas na maioria das comunidades”.
As investigações também apuram o fato do miliciano Ecko ter oferecido R$ 300.000,00 ao PM Igor para sequestrar e matar o funkeiro Marlon Brandon Coelho, o MC Poze, investigado por ligação com o tráfico de drogas. O funkeiro chegou a ter prisão preventiva decretada, mas o Tribunal de Justiça do Rio a revogou. Igor teria ficado de emboscada perto da Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, com uma viatura da PM, mas não conseguiu realizar o crime.
O delegado disse que “as investigações mostram que Ecko encomendou a morte do MC Poze a Igor e acreditamos que seja em decorrência do funkeiro estar ligado a maior organização criminosa, que é rival da milícia. O funkeiro canta músicas de apologia ao tráfico e contra o Ecko”.
Telefonema interceptado com autorização da Justiça mostra o PM Igor falando sobre o sequestro do funkeiro MC Poze:
“Tô de serviço hoje, vou pegar a viatura e vou ficar em volta da Nova Holanda; O que estiver saindo aí de bom, inclusive o Poze, tu me dá e vê por onde ele vai sair, como ele vai sair. Ou então as coisas: o que vai sair e como vai sair. O que pegar tu vai entrar na divisão, prá gente colocar uma prata no bolso. O que tu acha? Só o Poze ele vale 300 mil no Ecko!".
O delegado da DHBF revelou que o bando, de acordo com as investigações, é responsável por diversos tipos de crimes: homicídios, roubos, extorsões, associação para o tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
“Identificamos – disse o delegado – não só os homicídios e, por isso, o nome da ação é Total Flex”.
As investigações também mostram que o PM Igor tinha a ajuda de outros investigados para receber informações sobre pessoas que recebiam altas quantias em dinheiro. E, a partir daí, ele planejava o roubo, como consta do inquérito.
A ação “Total Flex” é resultado da apuração da polícia sobre a quadrilha formada por PMs, que começou em novembro de 2019, após um assassinato em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com a vítima carbonizada em meio a pneus de carro. Na ocasião do crime, os PMs estavam lotados no 3º BPM, no bairro do Méier, e no 4º BPM, no bairro de São Cristovão.
Em nota, o comando da PM disse que a Corregedoria da corporação apoia as ações conduzidas pela DHBF e que “como tem demonstrado ao longo de sua história não compactua e pune com o máximo rigor os desvios de conduta, quando constatados, cometidos por seus integrantes”.
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