Rio – Quem nunca comeu "Biscoito Globo", que atire a primeira bolacha.
Isso mesmo, bolacha.
Afinal, a famosa iguaria carioca foi criada em São Paulo. O paulista Milton Ponce veio de São Paulo aos 16 anos, acompanhado do patrão e de um primo para vender nas praias cariocas as bolachas que aprenderam a fabricar numa padaria paulista.
Com mais de 60 anos de praia, o biscoito de polvilho, que nasceu na terra da garoa, é um fenômeno tipicamente carioca. Na verdade, uma instituição carioca.
No início, conhecido como biscoito paulista, só a partir de 1960, depois que Milton virou sócio do primo é que surgiu a marca Biscoito Globo.
O quitute, de receita familiar, logo caiu no gosto do carioca. E, junto com o Mate Leão e o cachorro quente Geneal, transformou-se na Santíssima Trindade das iguarias cariocas.
Ainda jovem, eu frequentava o Posto Seis, em Copacabana e quando a fome batia o Ligeirinho, - um paraibano que ganhou esse apelido por conta da velocidade com que percorria a praia comercializando Mate e o Biscoito Globo – sempre estava por perto com os deliciosos biscoitos.
Fãs famosos do biscoito, como Ziraldo, Ruy Castro, Eduardo Paes, Evandro Mesquita e Helô Pinheiro ajudaram a aumentar a fama do quitute. Tanto que o famoso biscoito já tem até biografia.
A história está em "Ó, O Globo!", espécie de biografia do alimento lançado pela Editora Valentina.
A autora, Ana Beatriz Manier, uma apaixonada pela marca e pelo Rio de Janeiro lembra que a marca nunca teria se tornado o que é se não fosse o temperamento descontraído do carioca.
Desde 2015 o Biscoito Globo já é vendido em todas as lojas do Grupo St. Marche, na capital paulista, porém, sem o mesmo sucesso do Rio.
*Ediel é jornalista e escritor
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