Saúde

Vacinação é a melhor forma de prevenção contra a caxumba

Doença pode ocorrer em todas as épocas do ano, mas se torna mais frequente no inverno, quando as pessoas permanecem em ambientes mais fechados

 Doença pode ser facilmente prevenida por meio de vacina (Foto: Henrique Chendes)
Doença pode ser facilmente prevenida por meio de vacina (Foto: Henrique Chendes)

A caxumba é uma doença infecciosa, causada por vírus, que provoca inflamação nas glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais. Também conhecida como papeira, pelo fato de provocar inchaço e dor nas laterais do pescoço, pode ser facilmente prevenida por meio de vacina.

As vacinas que conferem proteção contra a doença e que estão disponíveis no SUS são: a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (Tríplice viral) e a vacina contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela (Tetraviral). A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) faz mensalmente a distribuição para as regionais de Saúde do estado e essas aos municípios de sua área de abrangência.

De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, a primeira dose da vacina Tríplice viral deve ser aplicada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, correspondendo à segunda dose contra a doença, deve ser aplicada uma dose da vacina Tetraviral.

Após essa idade, a vacina Tríplice viral é também administrada em duas doses, dos 2 aos 19 anos, com intervalo de 30 dias entre as doses, e em dose única, dos 20 aos 49 anos. Quem já se vacinou ou já teve a doença uma vez, tem proteção garantida ao longo da vida.

Segundo a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Tatiane Bettoni, a melhor forma de checar se o indivíduo está protegido é pela consulta ao cartão de vacinação.

“Se a pessoa não tem mais seu cartão vacinal, o procedimento a ser seguido é verificar seu histórico vacinal, também chamado de caderneta espelho, nas unidades onde foram feitas as vacinações. Com o nome completo do usuário, é possível resgatar a segunda via. Se não for possível constatar o histórico vacinal, o usuário terá que receber as doses indicadas para garantir sua proteção”, afirma.

Tatiane Bettoni reforça, ainda, a importância da vacinação antes de eventos de grande porte, como as Olimpíadas, em que há maior circulação de pessoas. “Se uma pessoa com mais de 19 anos nunca teve caxumba e não foi vacinado contra a doença, ela deverá se dirigir a uma sala de vacinação e se proteger”, acrescenta a coordenadora.

Para adultos com mais de 19 anos, é recomendada a dose única da vacina. Já para as pessoas com alto risco de exposição à doença, como os profissionais de saúde, a vacina é aplicada em duas doses. Os mesmos podem se dirigir aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), situados nos municípios de Belo Horizonte e Juiz de Fora, ou receber a vacina na sala de vacinação local, por meio da apresentação de prescrição médica.

A doença em Minas

Desde 2001, a doença é de notificação compulsória em Minas Gerais, atualmente referida na Resolução nº 3.244. No último ano, o estado apresentou 3.502 casos notificados da doença. Já neste ano, até abril, foram 435 casos notificados de caxumba em Minas Gerais e duas ocorrências de surtos, nas regiões Sudeste e Sul do estado. No momento, não há registros de surtos.

“A caxumba é uma doença que tem comportamento endêmico nos grandes centros, com tendência de se manifestar sob a forma de surtos epidêmicos em escolas e instituições, devido ao agrupamento de adolescentes e adultos”, explica Tatiane Bettoni.

Nos últimos anos, muitos países como Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica têm se confrontado com surtos da doença em escolas, mesmo quando existem altas coberturas vacinais contra a doença.

“Alguns estudos referem que a eficácia da vacina Tríplice viral na prevenção de casos de caxumba em crianças e adolescentes que receberam uma dose é de aproximadamente 64%. Já para quem recebeu duas doses, a eficácia varia de 83% a 88%. Sendo assim, diante do aumento de casos notificados, ficou evidente que uma única dose da vacina não seria suficiente para alcançar altos níveis de proteção. Isto levou à mudança no calendário vacinal em todo o território brasileiro”, acrescenta a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES-MG.

Em Minas Gerais, a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (Tríplice viral) foi introduzida em 1996 no calendário básico dos menores de 2 anos. No ano de 2004, a segunda dose de vacina Tríplice viral foi introduzida para crianças entre 4 e 6 anos de idade.

Já em 2008, os adolescentes de 12 a 19 anos no estado foram vacinados com a Tríplice viral  (Campanha Nacional de Vacinação contra a Rubéola). No ano de 2013, a segunda dose passou a ser aplicada aos 15 meses, utilizando-se a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (Tetraviral) na rotina.

Dicas de prevenção

A caxumba é uma doença viral aguda, transmissível, de curso habitualmente benigno. Inicia-se com quadro infeccioso, com febre baixa, mal-estar, dores nos músculos, articulações e ouvido e, após algumas horas ou dias, evidencia-se o edema da parótida, de um ou ambos os lados.

Segundo a médica pediátrica da Coordenação de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Regina Coeli Magalhães Rodrigues, a caxumba pode ocorrer em todas as faixas etárias, não sendo exclusiva para crianças.

“A caxumba é uma doença transmitida pelo contato direto do indivíduo suscetível com a pessoa infectada, por meio de gotículas de secreção via transmissão respiratória. Apesar de se tornar mais frequente no inverno, quando as pessoas permanecem em ambientes mais fechados, ela pode ocorrer em qualquer época do ano”, afirma. Por isso, a médica reforça que a melhor forma de prevenção é estar imunizado com duas doses da vacina contra a caxumba.

Outras formas de prevenção, não só da caxumba como das demais doenças de transmissão respiratória são lavar as mãos com água e sabão frequentemente, utilizar o antebraço ou o lenço de papel quando for tossir ou espirrar (evitando assim cobrir a boca com as mãos), evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e manter os ambientes bem ventilados.

Comentários