Cruzeiro abre mão de ingressos, e primeiro jogo da final terá torcida única
Clube reclama que Atlético-MG está descumprindo dois itens do regulamento geral das competições da CBF e desiste de entradas no Independência
O impasse em relação à presença da torcida do Cruzeiro no Independência no primeiro jogo da final da Copa do Brasil chegou ao fim no começo da tarde desta terça-feira. A Polícia Militar (PM) só liberou a presença de 1.871 torcedores no estádio do Horto, o que equivale a pouco mais de 8% da carga total de ingressos, inferior aos 10% previstos no regulamento geral das competições da CBF. O Cruzeiro não aceitou, e o jogo terá torcida única, sem cruzeirenses. A carga destinada à torcida visitante será vendida a R$ 200 para os atleticanos já nesta terça-feira nas bilheterias da sede Lourdes.
O diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, afirmou que, além da quantidade de bilhetes, o prazo de entrega está irregular.
- Encaminhamos, no início da tarde, um ofício à CBF, via Federação Mineira, informando que está havendo um descumprimento do Regulamento Geral da Competições do Estatuto do Torcedor. O Cruzeiro tem direito a 10%, e não a 8%, como está sendo oferecido. E esses ingressos devem ser recebidos 72 horas antes do jogo, e não 30. Eles estão estipulando para pegar hoje às 15h, o que dificultaria a operação de venda, pois teríamos, na verdade, menos de 30 horas.
O Atlético-MG, como contrapartida, disse que pedirá ao Cruzeiro, no jogo de volta, o mesmo que teve condições de oferecer ao rival para o primeiro jogo. Ou seja, 8%. O clube celeste sinalizou que disponibilizará a carga do adversário.
A decisão da diretoria cruzeirense ocorre após quase uma semana de impasse entre os clubes. O Cruzeiro não gostou de o primeiro jogo ser no Independência. E aí passaram a ocorrer trocas de farpas entre os presidentes. Gilvan Pinho Tavares, mandatário da Raposa, chegou a garantir que o clube usaria os 10% a que teria direito e que pagaria à vista por eles, ao contrário do que, diz ele, o Atlético fez no passado.
Para a decisão de torcida única, foi fundamental uma vistoria da Polícia Militar nesta segunda-feira. O órgão argumentou que não seria possível acomodar 10% da capacidade total no espaço dos visitantes. Duas fileiras, o equivalente a 431 lugares, teria que ser retirada por questões de segurança.
O clube celeste divulgou, no site oficial, uma nota explicando o motivo de ter aberto mão dos ingressos. Confira na íntegra.
Nota de esclarecimento
“O Cruzeiro Esporte Clube enviou no começo da tarde desta terça-feira um ofício à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) relatando os motivos que levaram o Clube a desistir de receber a cota oferecida de ingressos a que tinha direito no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, marcado para esta quarta-feira, às 22h, no estádio Independência.
Hoje, às 10h50, o Cruzeiro Esporte Clube foi surpreendido com um ofício do Atlético Mineiro alegando que apenas 1.871 ingressos seriam repassados ao clube visitante, diferente do que manda o Regulamento Geral das Competições que determina um total de 10% da capacidade total do estádio, ou seja, no caso do Independência 2.331 ingressos. O Cruzeiro contesta ainda os prazos estipulados pelo Atlético Mineiro para que os ingressos pudessem ser comprados pelo clube visitante e revendidos à nossa torcida. Apesar do Estatuto do Torcedor prever um prazo de 72 horas para que essa operação seja realizada, o Clube mandante da primeira partida pretendia que a mesma fosse executada apenas a 30 horas do início do jogo.
Diante dos fatos apresentados com o descumprimento das normas do Regulamento Geral da competição e do Estatuto do Torcedor, o Cruzeiro Esporte Clube não concorda em aceitar uma cota menor da prevista além de não ter como formalizar uma operação de venda dos ingressos em um prazo tão curto.
A diretoria lamenta ainda que nossa torcida não possa comparecer ao primeiro jogo da final devido às manobras da diretoria do Atlético Mineiro.”
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