O prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) venceu as eleições em Itabira com 70,2% dos votos do eleitorado, uma das maiores votações já registradas para um candidato a prefeito. Damon conseguiu esta façanha com um discurso enérgico, apontando solução para todos os problemas que o cidadão itabirano enfrentava.

Ele prometeu uma revolução na saúde, investir pesado na educação, acabar com o déficit habitacional, por fim à criminalidade e combater com rigor a corrupção. Damon prometia ainda uma rigorosa auditoria na prefeitura e denunciar ao Ministério Público o seu antecessor, a quem acusava de corrupto.

Eleito, a primeira ação de Damon, ainda antes de assumir o poder, foi articular um aumento salarial de 66% em seu próprio salário e de seus secretários, com a argumentação de que o aumento era necessário para montar um governo técnico, conforme prometeu durante a campanha. Empossado, levou para a prefeitura seus amigos, compadres, esposa e outros familiares, prática que sempre condenou. Além disso, criou outros 113 novos cargos de chefia, atitude contrária ao seu discurso de campanha que pregava o enxugamento da máquina pública.

Com essas atitudes a popularidade do prefeito Damon entrou em queda livre e a rejeição começou a aparecer tão logo nomeou o seu secretariado. A população percebeu que o governo Damon seria um governo de poucas ações e que as suas promessas de campanha eram apenas para chegar ao poder.

Já em seus primeiros dias de mandato adotou um novo discurso. Damon passou a pregar que para fazer um bom governo, Itabira precisava eleger seus deputados e que quatro anos não eram suficientes para fazer as mudanças necessárias, deixando transparecer uma grande preocupação com a reeleição. Então continuou tendo como alvo de seus ataques o ex-prefeito João Izael. Mesmo sendo ele o prefeito, responsabiliza João Izael por tudo de errado que acontece no município.

Damon critica João Izael pela falta de moradia, por buracos nas ruas, pelo trânsito caótico que ele também prometeu resolver durante a sua campanha e critica até o cidadão por não o ter elegido da primeira vez em que foi candidato. De acordo com Damon, se Itabira atravessa dificuldades é culpa do eleitor que não o elegeu em sua primeira campanha. Segundo ele, se tivesse sido eleito ainda em 2004 a situação de Itabira hoje seria outra e o cidadão não enfrentaria situações como enfrentou o pessoal do bairro Drummond ‘Sem Terra’, responsabilizando também o eleitor itabirano.

Em suas entrevistas não da para o cidadão o identificar como prefeito, pois esta sempre responsabilizando alguém pelo que acontece no município, ora culpa o funcionalismo público, ora o ex-prefeito, e nesta entrevista até o cidadão por não o ter elegido da primeira vez em que foi candidato. Em nenhum momento Damon reconhece que é ele o prefeito e o responsável pela cidade e que depois de um ano e oito meses no poder não da mais para ficar responsabilizando seus antecessores ou qualquer outro segmento da sociedade pelo que acontece no município.

Os ataques de Damon a João Izael e a insistência em responsabilizá-lo pela ineficiência de seu governo pode ser uma maneira que encontrou para defender a sua posição política. João Izael é candidato a deputado estadual e Damon apoia para estadual o ex-vereador Tião da Antena.

A preocupação do atual prefeito com as eleições para deputado parece que tem consumido o seu tempo, o que prejudica muito o município. Se levar em consideração as coligações e analisar os candidatos que os itabiranos terão que superar para se eleger, percebe-se que a chance de Itabira fazer um deputado é mínima. Itabira não se une em torno de um projeto, a disputa política parece não ter fim. Quando um prefeito assume o poder começa logo a preocupar-se com eleição de deputado e com a sua própria reeleição. O cidadão itabirano precisa se atentar para isto. Vamos esperar que após as eleições o prefeito Damon volte as suas atenções para Itabira e comece a trabalhar em favor desse povo que ele mesmo definiu em sua entrevista como sofredor. Leia na integra a transcrição da entrevista de doutor Damon para um programa de rádio, para que você leitor possa entender.

"Na minha primeira candidatura com certeza se eu tivesse vencido a eleição naquela época Itabira seria uma cidade totalmente diferente hoje e aquelas pessoas que passaram por esse sofrimento durante todos esses anos no brazuca, que ficaram onze anos na invasão não teriam sido encaminhadas para o brazuca e nem teriam a solução da forma que o governo anterior deu. Eu tenho compromisso com a cidade, compromisso com a população e é como você disse, infelizmente não da para construir tudo de uma hora para outro, tem que ter planejamento. E eu faço uma comparação desse planejamento, que me perdoem, mas as mulheres têm o dom da vida, as mulheres nós temos que respeitá-las, temos que ajudá-las porque Deus deu a elas o dom da vida. Deus só da o dom da vida a um ser que é considerado um ser superior e a gestação todos esperam que ela dure 9 meses porque nos teremos uma criança com perfeição, com todo o seu desenvolvimento adequado. Então o trabalho nosso aqui no governo não é diferente. O trabalho nosso aqui no governo não é diferente nós temos que ter conhecimento das demandas, assumir os compromissos com as demandas, buscar auxilio com o governo estadual e com o governo federal para que a gente resolva os problemas das várias demandas que Itabira tem. Então, moradia popular nunca deixou de ser um discurso nosso em todas as campanhas que nós participamos, porém os gestores que antecederam a gente aqui na cidade não tiveram o compromisso com a população de atender a população naquele número que realmente é importante para a cidade. Construir moradias populares para atender em todos os sentidos, permitir que a família tenha uma estruturação, a família tendo a estruturação permitir que a sociedade seja mais harmônica a sociedade seja mais de e permitir que o ambiente onde as pessoas vão morar sejam ambientes menos vulneráveis, com isso a gente tendo a melhora até no índice de segurança da cidade. Hoje nos passamos por um problema de violência e isso é multifatorial, passa por todas as áreas, por todos os processos. Temos que estar é juntos nesse trabalho e nessa batalha. Então é com grande satisfação que nós anunciamos que o abrigo do brazuca chegou ao fim. Essa era uma notícia aguardada por todos e principalmente pelas famílias que estavam ali desde o ano de 2011. Agora é justamente seus apartamentos que foram entregues pela prefeitura, apartamentos estes que foram construídos pelo Minha Casa Minha Vida, obras que nós entramos no governo e fizemos o possível e o impossível para dar celeridade ao processo para que essas famílias tivessem o seu lugar adequado o mais rápido possível. A mudança aconteceu na terça-feira e as 24 famílias foram levadas para o residencial Santa Marta 3. A secretaria de Ação Social organizou equipes para auxiliar no transporte dos pertences e com a mudança, o abrigo será extinto. As equipes da prefeitura trabalharão também na limpeza e desmanche nos lotes do brazuca. A mudança de outras 24 famílias que recebem aluguel social começou na quarta-feira, elas também receberam apartamentos no Santa Marta 3. No total 48 famílias agora tem muito mais que a casa própria, elas ganharam mais dignidade e segurança, o que é um direito de todo cidadão. Então nós estamos ai, Santa Marta 1, Santa Marta 2 e Santa Marta 3. Resolvido o problema do brazuca e também muitas pessoas saíram do aluguel social, permitindo que a ação social tenha mais para poder desenvolver outras atividades. Ainda tem o Santa Marta 4 e 5 que nós vamos retirar mais famílias do aluguel social, permitindo que a ação social possa ter recursos para trabalhar ainda mais para aquelas outras famílias que existem na cidade que são muitas que dependem dessa secretaria para atender as suas necessidades.

Nada paga, mascote, nós não devemos ignorar a sabedoria das pessoas. Eu tenho uma enorme tristeza de não conseguir atender a todos. Lembro de uma moça que ficou brava comigo quando nós fomos entregar o Santa Marta, eu não lembro se foi o 2 ou o 3, eu estava com o nome dela, agora não lembro mais, mas ela também precisa de uma moradia, porém isso poderia muito bem ter sido organizado pelos governos anteriores e deixar que Itabira estivesse com esses processos em andamento para que essas pessoas colhessem os frutos que merecem. Infelizmente isso não aconteceu, nós temos uma grande parcela da população que precisa de moradia, na ação social nós temos mais de 5 mil famílias inscritas requerendo moradia popular. No CAD único, famílias que vivem com a renda per capita abaixo de meio salário mínimo, nos temos mais de 9 mil famílias no CAD único, no entanto os dados que chegam ao Ministério das Cidades é que Itabira precisa apenas de 570 moradias populares. São muitas inconsistências que nós temos que corrigir. Mas é  isso que nos recebemos como tantos outros problemas. Nós estamos aqui  já com a casa próximo do que a gente quer, mas esse próximo ainda tem um grande percentual que nós temos que colocar em ordem e fazer as devidas correções para atender melhor a população.

Eu acho que quando a gente fala em reforma temos que lembrar de várias ações que nós já tivemos. A policlínica foi toda reformada, ta faltando agora o laboratório mas o laboratório a gente aguarda algumas revisões de governo para fazer o laboratório voltar a funcionar. Mas até a aparelhagem nova para o raio-x, tanto para a policlínica como também para auxiliar no sistema de raio-x no hospital Carlos Chagas. Vai ser possível até laudar o raio-x via net, então não vai ter mais aquela falta de radiologista. Nós podemos contratar radiologistas e eles laudarem raio-x pra gente via net, então isso é evolução que nós estamos promovendo. Vamos lembrar que na área da saúde nos concluímos a Farmácia de Minas la no João XXIII. Então é uma farmácia que permite a população ser atendida próxima de casa naquela região, ter acesso a medicação. Temos que lembrar também da farmácia municipal, que nos trocamos o endereço da farmácia, para dar um melhor atendimento, para dar mais conforto nesse atendimento para a nossa população e por mais que nós fomos bombardeados em 2013 pela falta de medicamentos, mascote, cabe aqui lembrar que em 2012 a prefeitura de Itabira gastou 3 milhões e 800 mil reais com medicação. Mesmo assim 1 milhão de medicamentos venceram e foram jogados no lixo. Nós gastamos em 2013 7 milhões e 800 mil reais com medicamentos, gastamos mais que o dobro de 2012. Tivemos algumas faltas, sim, mas descobrimos uma demanda reprimida que a população já nem mais reclamava porque a população já não tinha nenhuma perspectiva de ser atendida no fornecimento de medicação. Então são ações que o governo tomou e a população está sendo atendida nestas unidades de saúde. Quero lembrar também que nós tivemos a mudança da unidade deTFDque era ali do lado do Samu, as pessoas ficavam em pé no sol, na chuva e hoje nós levamos o TFD para aquele espaço onde era a farmácia, ali perto da ação social e as pessoas hoje tem um local confortável com espaço adequado, não ficam mais no sol nem na chuva. Então nós estamos num trabalho simples, básico, de adequar as estruturas para que elas atendam melhor a nossa população e também na terça-feira eu e o secretario municipal de saúde, Reinaldo Damasceno, e vários funcionários públicos, porque se não fosse os funcionários públicos nós não desenvolveríamos trabalho nenhum, por isso nós trabalhamos em dar-los condições de trabalhos, valorizá-los porque são pessoas que trabalham e trabalham muito e sofrem, especificamente no CAPS, sofrem junto com seus pacientes quando eles não conseguem ter resolvido as suas questões de saúde. Então nos estivemos lá no imóvel onde funciona o Centro de Atenção Psicosocial, o CAPS, no bairro Campestre passou por reformas que tiveram inicio em março e foram concluídas em julho."