Robert Owen (1771 – 1858) foi um galês que nos primórdios do socialismo, ou o que se poderia entender então uma sociedade elaborada em um sistema coletivista, desenvolveu no cotonifício que administrava junto a outros acionistas (conhecidos como Sociedade dos Amigos), uma experiência inovadora nos finais do século XVIII e início de XIX, baseada no funcionamento harmônico entre capital e força de trabalho.
Owen passou da teoria à prática quando proporcionou aos trabalhadores, sob sua administração, salários dignos, determinou que apenas a partir de 12 anos um trabalhador começaria sua vida laboral, preocupou-se com as moradias de seus trabalhadores, começando uma ideia de vilas operárias, instituiu um sistema de pontos para aferir a produtividade dos trabalhadores, dando a todos a chance de questionar suas avaliações junto aos inspetores, e podendo recorrer diretamente a ele no caso de se sentirem injustiçados, criou as escolas infantis para os filhos de seus empregados e, principalmente, estabeleceu um sistema de compras de necessidades básicas a partir de venda direta, mediante aquisição de produtos de boa qualidade pela empresa e revenda aos empregados, livrando-os dos sistemas de crédito com comerciantes que vendiam péssimas mercadorias, e ainda tornando-os reféns eternos de dívidas. Tratava seus trabalhadores como “fellow-workers”, mais ou menos como companheiros trabalhadores.
Enquanto sua fábrica progredia a olhos vistos, diante da queda de produtividade e falência das outras, Owen tentou criar uma Lei das Fábricas, junto ao Parlamento Inglês, para aliviar os sofrimentos das classes trabalhadoras, que foi aprovada, posteriormente, totalmente desfigurada, apesar do apoio do governo, representado por Lord Liverpool e o Duque de Kent. Foi boicotado por seus pares, pelas ideias liberais (David Ricardo) e Malthusianas (controle da população), e lutou também contra a igreja que, segundo ele, prendia os trabalhadores em um sistema de preconceitos.
A experiência no cotonifício de New Lannark, localizado na Escócia, foi um local visitado por imperadores, embaixadores de outros países, bem como por seus compatriotas, curiosos em conhecer o novo formato de trabalho e educação.
Lutou até o fim da sua vida para estabelecer uma relação justa entre capital e trabalho. Essa tentativa de associar essas duas partes tão díspares levou Marx a enquadrá-lo como um Socialista Utópico.
Não existe no Brasil, atualmente, uma tradução da autobiografia de Owen, o que me levou à tarefa de traduzir as 367 páginas dessa obra, disponível na internet, em inglês, e colocá-la à disposição de leitura em meu Blog (www.nilsonlattari.com.br), e tenho a oportunidade de divulgá-la, neste veículo, graças ao carinho especial do Filipe e do Ageu, responsáveis pelo O Folha de Minas.
Assim sendo, convido a todos que queiram conhecer a biografia desse personagem tão importante a utilizar o link abaixo.
Tratando-se de uma obra cooperativa, posta como difusão de conhecimento, fica também o convite para sugestões, quanto à tradução, por parte dos leitores.
Obrigado.
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