Política

Deputados a favor do impeachment de Dilma dizem que decisão do presidente da Câmara Waldir Maranhão é \\\"golpe\\\"

A decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que tornou nula a decisão do impeachment contra a presidente Dilma, tomada nas reuniões dos dias 15, 16 e 17 de abril, foi recebida com indignação pelos deputados e senadores que defendem o impeachment da presidente Dilma. O governo acusa a oposição de tentar um “golpe” contra a democracia com o impedimento da presidente Dilma, sob a argumentação de que não há base legal para tal e de que Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade fiscal e nem se atentou contra a constituição. A oposição sempre rebateu a palavra golpe sob a alegação de que o impeachment é um instrumento legal e constitucional. Agora, com a decisão do presidente da Câmara a palavra golpe passou a ser usada pelos que querem o impeachment de Dilma.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse em sua página no Twitter que a decisão de Waldir Maranhão é um golpe. “Essa decisão do presidente interino da Câmara é o verdadeiro golpe. E não será acolhida no STF. O processo de impeachment respeitou a Constituição. Trezentos e sessenta e sete deputados apoiaram o impeachment e o governo teve amplo direito à defesa”

Outros opositores de Dilma alegam que Waldir Maranhão não tinha poder para suspender as decisões soberanas tomada no senado, se referindo aos 367 votos a favor do impeachment, mas os mesmos partidos apoiaram Eduardo Cunha quando ele convocou reuniões para votar temas que já haviam sido votados até que o resultado ficasse do jeito que ele queria, anulando as decisões de plenário contrárias.

Em vídeo, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS) disse estar indignado. “Não é possível o que esse presidente da Câmara em exercício, esse deputado que não reconhecemos como capaz de tomar esse tipo de atitude, está fazendo nesse momento”, declarou Lorenzoni, afirmando que Waldir Maranhão não assumiu interinamente a presidência da Casa para servir de instância recursal. Para Lorenzoni, o STF, após ser provocado, anulará a decisão de Maranhão.

Já o senador Ronaldo Caiado, no Twitter, escreveu que o ato do presidente interino da Câmara visa apenas a tumultuar o processo deimpeachment de Dilma, retardando-o. “A decisão de Waldir Maranhão não tem valor algum. É apenas um momento de desespero do governo e 5 minutos de fama para o interino”, escreveu Caiado, apostando que, na quarta-feira (11), o Senado votará o pedido de impeachment, conforme anteriormente previsto. “A matéria já não diz respeito à Câmara e Waldir Maranhão precisa respeitar a soberania do Senado Federal, onde ele não tem qualquer poder. A decisão do plenário [da Câmara] é soberana e Waldir Maranhão sabe disso. Entrou apenas num jogo para atender seus patrões”, acrescentou o senador.

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