As contas externas fecharam 2015 com déficit de US$ 58,942 bilhões, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (26). Esse saldo negativo das transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, correspondeu a 3,32% de tudo o que o país produziu – Produto Interno Bruto (PIB). O resultado ficou abaixo da projeção do BC para o ano, de US$ 62 bilhões ou 3,48% do PIB.
No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) foi a que apresentou o maior saldo negativo, no ano passado: US$ 42,357 bilhões.
A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo, com US$ 36,978 bilhões.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo, de US$ 2,724 milhões.
A balança comercial foi a que mais contribuiu para reduzir o déficit das contas externas. No ano passado, o superávit comercial (exportações maiores que as importações) chegou a US$ 17,670 bilhões.
Renda
Mesmo assim, o país gastou além de sua renda. Quando isso ocorre, é preciso financiar esse resultado negativo com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiamento, por ser de longo prazo.
Em 2015, o IDP chegou a US$ 75,075 bilhões e foi mais que suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. Em 2014, esses investimentos foram maiores: US$ 96,895 bilhões, mas abaixo do saldo negativo em transações correntes que chegou a US$ 104,076 bilhões. O resultado do ano passado superou a projeção do BC, de US$ 66 bilhões.
O país registrou saída de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento no total de US$ 98 milhões, em 2015. A saída de investimento em títulos negociados no país chegou a US$ 2,050 bilhões.
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