Política

Servidores vão para a porta da prefeitura cobrar salários atrasados

Subsecretário de Comunicação é vaiado quando disse que Damon sempre manteve dialogo aberto com a classe

O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena (PV), foi alvo de mais um protesto organizado pelo Sintsepmi(Sindicato dos Trabalhadores e Servidores da Prefeitura Municipal de Itabira) na tarde de ontem (13). Os servidores se mobilizaram para cobrar do prefeito a regularidade no pagamento dos salários e do vale-alimentação. Eles alegam que têm passado por constrangimentos em caixas de supermercado quando vão pagar as compras com o vale-alimentação, que não está sendo recarregado. Reclamam também que os salários dos servidores não tem sido prioridade no governo Damon e enquanto o prefeito atrasa seus vencimentos, eles pagam juros de suas dívidas, o que diminui ainda mais o poder aquisitivo. Uma das faixas carregada pelos servidores falava justamente sobre o efeito dominó provocado pelos atrasos: “Os comércios de Itabira estão sofrendo com os nossos atrasos”.

Manifestantes cobraram os salários atrasados e a recarga do vale-alimentação. Foto: Ageu Ebert
Manifestantes cobraram os salários atrasados e a recarga do vale-alimentação. Foto: Ageu Ebert

Os servidores reclamam ainda que o prefeito Damon não respeita o funcionalismo público. Segundo eles, que disseram estar contando os dias para o fim deste governo, desde que assumiu a prefeitura Damon sempre tratou os servidores com descaso.

Uma das propostas de Damon feita durante a campanha foi colocada em um carro de som para lembrar o prefeito de seu compromisso. “Tem coisa que não tem que discutir. Vale Alimentação, por exemplo, como é que um empregador deixa seus funcionários sem esse benefício? Alimentação é coisa sagrada, não pode ficar brincando com uma coisa dessa”, dizia Damon na propaganda.

Professora co
Professora repreendeu com dureza o subsecretário de comunicação que cobrou pauta de reivindicações. Foto: Ageu Ebert

Na segunda-feira o prefeito Damon já havia dito em um programa de rádio que sabia do movimento marcado para essa quarta-feira, mas que não iria falar com os servidores porque a questão ainda estava sendo estudada. “Tem o manifesto e a gente vai aguardar, vê qual que vai ser esse movimento do sindicato aí, mas fato é que eu não posso dar posição nenhum ainda”. Apesar de ter dito que não falaria com os servidores, depois de ver o movimento na porta da prefeitura Damon voltou atrás e mandou que o subsecretário de comunicação, Flávio Hermano Morgan Boueri, descesse para propor a criação de uma comissão que seria recebida pelo prefeito em seu gabinete. Fávio Boueri disse que os servidores “pareciam ser organizados” e que o prefeito estava convidando uma comissão de quatro pessoas para conversar. Flávio cobrou uma pauta para ser apresentada ao prefeito, foi quando uma professora pegou o microfone e repreendeu com dureza o subsecretário de comunicação. Ela disse que o prefeito sabia o que os funcionários reivindicavam e que aquela manifestação era para cobrar os salários que estavam atrasados. “Secretário, você falar em pauta para cobrar salário atrasado? O que estamos querendo é o nosso salário que deveria ter sido pago até o dia 5. Você acha que o funcionalismo público é burro?”. O secretário ainda levou uma vaia dos funcionários quando disse que o prefeito Damon sempre esteve aberto ao diálogo com a classe.

Inicialmente a proposta para a criação de uma comissão foi recusada. Eles alegavam que Damon queria era acabar com o movimento com desculpas esfarrapadas. Depois o líder do movimento, Auro Roberto Gonzaga, vice-presidente do Sintsepmi, convenceu os manifestantes em criar a comissão, garantindo que qualquer que fosse a conversa a mobilização continuaria.

A informação é de que a única garantia que o representante dos servidores ouviu do prefeito é que os salários continuarão sofrendo atrasos.

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