Política

Pedido de impeachment de Dr. Damon movimenta Câmara e lota reuniões

Desde que o vereador Bernardo Mucida (PSB) entrou com um pedido de impeachment do prefeito Damon Lázaro de Sena (PV), no último dia 15, as reuniões na Câmara Municipal ficaram lotadas e o clima tenso. Nesta terça-feira (29) a população gritou no plenário e teceu críticas a alguns vereadores.

O vereador Paulo Soares (PSB) chegou a bater boca com o senhor Franklin Acácio, quando ele reclamou que Paulo queria transformar o plenário da Câmara em um auditório de sindicato. Paulo Soares, irritado, repreendeu Franklin e disse que se não tem interesse em ajudar os desempregados ele tem. “Se você é aposentado e não tem interesse em ajudar os trabalhadores que estão desempregados eu tenho. Eu sou presidente de sindicato e vou defender a classe você goste ou não goste.” Franklin retrucou o vereador: “Aqui não é auditório de sindicato, você é presidente de sindicato no sindicato. Aqui você é vereador, e não representante de classe. Quer discutir direito de trabalhador convoque eles em seu sindicato. Você usa essa artimanha de defender trabalhador aqui para tirar o foco da reunião, protegendo o Damon.”, desabafou. O bate boca entre o vereador e o senhor Franklin ficou quente, até que algumas pessoas intervieram, pedindo a Franklin para não se rebaixar em discussões.

Desde que foi protocolado pedido de impeachment do prefeito, reuniões tem ficado sempre lotadas. (Foto: Divulgação)
Desde que foi protocolado pedido de impeachment do prefeito, reuniões tem ficado sempre lotadas. (Foto: Divulgação)

Outro momento tenso foi quando os vereadores Geraldo Torrinha (PDT) e Bernardo Mucida cobraram do prefeito esclarecimentos sobre a dívida do município. “Nós queremos senhor prefeito que o senhor encaminhe para nós um documento constando tudo que o município deve. A população pagadora de imposto tem direito de saber e nós não vamos abrir mão dessa informação até para que possamos ajudar. Estamos sabendo que o município está quebrado, mas precisamos saber a real situação. Então senhor prefeito, estou cobrando mais uma vez, encaminhe para esta Casa um relatório com toda a dívida do município.”, disse Geraldo Torrinha.

Outro ponto alto das discussões foi quando o presidente colocou em votação a redução de 25% no salário do prefeito e secretários. O vereador Bernardo Mucida disse que reduzir 25% no salário era importante, mas que Damon precisava tomar medidas duras para estancar o vazamento de dinheiro público que está "saindo pelos ralos" e ninguém sabe para onde vai. Geraldo Torrinha pediu uma parte na fala do vereador e disse que reduzir 25% no salário de Damon era muito pouco, pois ele pediu 66% de aumento quando entrou. O vereador argumento que tirando aqueles 25% ainda sobravam mais 41% de aumento dado a ele e seus secretários, que nenhum trabalhador do Brasil teve esse índice no salário, mas que votava a favor e esperava que Damon tomasse medidas corretas para estabilizar a situação financeira do município, que a cada dia se endivida mais.

O vereador Lúcio Mauro Carteiro (PSC), ferrenho defensor de Damon, pediu a palavra e começou a tecer vários elogios ao prefeito. O vereador disse que Damon tem sido um prefeito exemplar e que até a rádio CBN de Belo Horizonte citou Damon como prefeito modelo no país. Bernardo Mucida voltou a pedir a palavra e retrucou o Carteiro, dizendo que Damon merecia mesmo ser parabenizado, mas que os parabéns a Damon deveriam ser dados porquê um prefeito com tantas denúncias graves que pesam contra ele já deveria ter sido cassado há tempos. De acordo com Mucida, o único parabéns que ele merecia era de ironia por ainda estar a frente do município depois de tantos escândalos e de tamanha rejeição que tem diante da população.

O secretário de saúde, Reinaldo Damasceno, também foi outro que esteve na reunião e provocou tumulto. Populares que acompanhavam a reunião se mostraram irritados com a presença do secretário, que chegou a ser xingado. A senhora Marinete Lopes, de posse de documentos, reclamou aos gritos. Chorando, ela disse que seu marido, Mauro Sérgio dos Santos, morreu aguardando na fila a marcação de uma cirurgia e que ela bateu em todas as portas e de todos ouviu sempre a mesma frase: "espere", e ela sabia que o seu marido não iria suportar. Marinete disse que depois que seu marido faleceu ela recebeu ligações dizendo que a operação estava marcada. Ela responsabilizou o município pelo falecimento de seu marido.
 

VOTAÇÕES
Na reunião foram votados apenas os projetos Lei 75/2015, de autoria do vereador Ronaldo Capoeira (PV), que “institui a Semana de Mobilização Municipal para Doação de Medula Óssea”, o Projeto de Resolução 90/2015, da Mesa Diretora, que “Denomina Professor Paulo Neves a Escola do Legislativo”, o Projeto de Lei 61/2015, de autoria do vereador Rodrigo Assis Diguerê (PV), que “Dispõe sobre a proibição de queimadas no Município de Itabira”, além do Projeto de Lei 74/2015 que reduz em 25% o salário do prefeito e secretários.
 

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