O PT deve se posicionar politicamente, ainda hoje (6), sobre a Medida Provisória 665/14 – que trata das novas regras para acesso ao seguro-desemprego, abono salarial e seguro defeso – para tentar fazer com que a matéria avance na Câmara. A sinalização do partido foi dada durante uma reunião de líderes da Câmara com o vice-presidente da República, Michel Temer, pela manhã.
“Estão criadas as condições políticas para votarmos a matéria ainda hoje. Estamos trabalhando [para ter a concordância de] 100% da bancada do PT. Esse é o esforço do líder [do partido na Câmara] Sibá Machado”, garantiu o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).
Guimarães tem mantido o otimismo em relação à matéria desde a aprovação da MP na comissão mista e ontem se dedicou a fechar questão com a bancada, mas o dia acabou sem resultado e a matéria não foi votada. Segundo ele, se PT e PMDB se unirem, a base aliada consegue aprovar a MP.
O líder do PMDB, Leonardo Picciani, no entanto, voltou a afirmar que a base não vai se manifestar enquanto o partido do governo não se posicionar oficialmente. “O mérito já está discutido. Nós, evidentemente, não achamos agradáveis as medidas mas, muitas vezes, é necessário tomar medidas amargas para um futuro melhor, mas esse convencimento precisa partir de todos, principalmente do partido que lidera o governo”, explicou.
O peemedebista voltou a citar o programa do PT veiculado na noite de ontem na televisão, quando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva criticou a aprovação do projeto de lei da Terceirização. Segundo ele, o discurso deixou uma “dúvida” entre os aliados. “A fala do ex-presidente Lula nos deixou com esta dúvida: se o PT, de fato, acha necessário o ajuste. Se não há uma unidade e se o partido da presidente não acha que seja imprescíndivel discutir esse assunto, vamos discutir outras matérias”, explicou.
O líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), que também participou das conversas com Temer, reforçou a cobrança: "[o PT precisa fechar questão] para que a base inteira acompanhe e a gente não tenha problema na aprovação da matéria”.
As lideranças cogitam, inclusive, a possibilidade de pedir que a matéria seja retirada da pauta até que haja uma sinalização clara. A MP é o primeiro item da sessão extraordinária agendada para as 12h de hoje. O texto, que foi resultado de uma intensa negociação entre o Palácio do Planalto e o Congresso, é o primeiro passo na direção do ajuste fiscal defendido pelo governo inclusive para minimizar cortes no orçamento previstos para serem divulgados neste mês.
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