Política

Coutinho diz que BNDES pode abrir informações sobre empréstimos a Angola e Cuba

Luciano Coutinho quer dar mais transparência às operações do BNDES (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Luciano Coutinho quer dar mais transparência às operações do BNDES (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (4) que o banco pode abrir informações sobre empréstimos para empresas brasileiras que atuam em Angola e Cuba.

“Estamos em processo, com autorização do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, de revisita da classificação específica das operações com Angola e Cuba”, informou Coutinho, após participar da abertura da Feira Internacional do Plástico (Feiplastic), na zona norte da capital paulista.

Segundo ele, o BNDES estuda formas de dar mais transparência às operações da instituição. “Queremos adotar as práticas mais avançadas de transparência”, destacou. Luciano Coutinho descartou a possibilidade de a instituição liberar crédito sob influência externa.

“A hipótese é infundada, por causa dos processos impessoais e técnicos de avaliação, da decisão colegiada em todas as instâncias e avaliação dos riscos e das garantias em quaisquer empréstimo do BNDES. É absolutamente impossível qualquer forma de ingerência política no processo decisório”, afirmou.

A afirmação do presidente do BNDES foi feita em resposta às acusações de que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha interferido nos processos do banco em benefício da empreiteira Odebrecht, multinacional brasileira que opera em Angola e Cuba.

De acordo com Luciano Coutinho, existem empecilhos para divulgação irrestrita desse tipo de dados. “As agências de crédito do mundo inteiro não detalham as informações projeto a projeto, porque, muitas vezes, isso envolve segredo comercial”, acrescentou.

O presidente do BNDES também confirmou que os aportes do Tesouro Nacional na instituição serão consideravelmente menores este ano, devido ao ajuste fiscal. “Não exerceremos pressão sobre a dívida pública. Isso é uma premissa”, esclareceu.

Coutinho disse não acreditar que o banco passará por dificuldades. "Estamos buscando oportunidades para captar crédito em condições favoráveis. Temos de esperar acalmar mais o mercado europeu. Isso vai elevar as oportunidades.”

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