Na última terça-feira (28), durante a reunião ordinária da Câmara de Itabira, o vereador Bernardo Mucida (PSB) voltou a cobrar do prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) investimentos em obras públicas e criticou o mau uso dos recursos. O vereador disse que o município está endividado e Damon se recusa a explicar para a população onde foi gasto quase R$ 1 bilhão arrecadados nos primeiros dois anos de governo. Segundo o vereador, a arrecadação dos últimos dois anos bateu todos os recordes. Mucida reclamou que requereu do governo documentos sobre os investimentos que consumiram o orçamento, mas não foi atendido. O vereador disse ainda que devido à recusa do prefeito em fornecer as informações ele foi obrigado a recorrer à justiça, que reconheceu o direito as informações requeridas pelo vereador e expediu um mandado de segurança ordenando que o prefeito entregue ao vereador os documentos solicitados. O prefeito alegou que não entregou a documentação porque o vereador não tinha pagado a despesa que geraria com o xerox. Bernardo Mucida reclamou que mesmo com o mandado de segurança, ainda não havia recebido a documentação solicitada e apelou ao prefeito mais uma vez que cumprisse a ordem judicial.
O vereador Geraldo Torrinha (PDT), em apoio ao colega, disse que o prefeito não precisava ter esperado o vereador recorrer à justiça para entregar a documentação, que a alegação do prefeito de que o vereador não havia pagado o xerox é absurda porque o vereador foi eleito pelo povo e tem o direito a essas informações. “Requerer um documento da prefeitura é direito do vereador. Ele não faz isso apenas por fazer, ele está zelando pelo interesse do cidadão, que paga os impostos e tem direito a essas informações. Damon tenta esconder essas informações não de nós vereadores, mas sim do itabirano.” Torrinha aproveitou o calor das discussões para também cobrar do prefeito informações que foram solicitadas por ele através de requerimento aprovado na Casa em que pede explicações sobre cobranças de honorários advocatícios nos processos administrativos do IPTU, bem como o número de registro da conta em que foi depositado. De acordo com o vereador, o prefeito cobrou ilegalmente dos contribuintes esses honorários e quem pagou tem direito a receber de volta. Ele disse que se Damon não responder as informações solicitadas dentro do prazo legal, vai entrar também com um mandado de segurança para que o itabirano tenha o seu direito garantido.
Torrinha e Mucida estão sempre fazendo cobranças e questionando as ações do governo que entendem ser lesivas ao município. Depois da cobrança dos oposicionistas, os vereadores que compõem a base de apoio a Damon fizeram um “bate-bola” no plenário para contradizer os vereadores Geraldo Torrinha e Bernardo Mucida, cada um apresentando por sua vez alguns feitos de Damon que eles entendem como importantes para o município.
O vereador Antônio Gonçalves “Toninho da Pedreira” (PROS) disse que quando Bernardo fala que foram gastos R$ 1 bilhão parece que este dinheiro está desaparecido, mas que em Itabira está acontecendo muita coisa boa e é preciso deixar de apresentar só as coisas ruins e começar a falar também do que está acontecendo de bom.
Toninho começou dizendo que só a Câmara Municipal consome entre R$12 a R$16 milhões do orçamento. “Aqui na Câmara é 10% do orçamento que é repassado para nós senhor presidente, 3%, 6%. É repassado em torno de quantos milhões aqui para Câmara? R$12, R$16 milhões, saiu do 1 bilhão de reais. A obra que está sendo executada no bairro Pedreira do Instituto que da em torno de quase 1 milhão de reais, que é a rua do campo, saiu de 1 bilhão de reais. Eu acho justo sim Bernardo você perguntar, assim você vai fazer um calculo, retirar tudo isso que foi aplicado, aquilo que realmente não foi aplicado deve ser cobrado sim, até pra saber por onde esses valores foram, isso é até um conselho Bernardo. Olha lá, o João Izael fez um bom mandato, mas também chegou no último mandato ele teve uma rejeição muito grande.”
O vereador Taozinho Leite (PP) disse que Bernardo Mucida e Geraldo Torrinha estão desrespeitando a Casa e os demais vereadores e que é muito fácil criticar sem apresentar soluções. “A gente vê esses questionamentos, várias coisas cobradas aqui na Casa e fazendo levantamento de alguns vereadores aqui da Casa, vou falar diretamente aqui do vereador Geraldo Torrinha e do vereador Bernardo Mucida. O vereador Bernardo Mucida acabou de colocar o pedido de uma pessoa. Se você não sabe cobrar outras coisas também, em sua resposta você falou ai agora que não deve ficar mandando fazer documentos ai sendo que o prefeito não está conseguindo pagar nem as contas de luz. Sr. vereador com todo respeito a vossa excelência, eu acho que vossa excelência está desrespeitando essa Casa, vossa excelência está desrespeitando cada vereador aqui. Fica muito fácil vossa excelência chegar aqui e falar que as coisas não tão acontecendo, só meter o ferro. É muito bom falar isso ai e não apresentar nada de concreto”, desabafou Tãozinho Leite.
O vereador Lúcio Mauro “Carteiro” (PSC) também apresentou algumas obras de Damon para combater as críticas de Torrinha e Mucida. De acordo com o vereador, foram vários investimentos no bairro Bálsamo e em outras regiões da cidade e citou como exemplo a captação de água do Rio de Peixe. Ele só não disse que os recursos para a captação da água são oriundos de um empréstimo de R$ 38 milhões contraído pelo município junto a Caixa Econômica Federal.
O vereador Sueliton (PROS) também saiu em defesa do prefeito repudiando tudo que foi dito pelos vereadores Bernardo Mucida e Geraldo Torrinha.
Além dos embates entre governistas e oposicionistas, foi aprovado na reunião, em segundo turno, o Projeto de Lei 32/2015, de autoria do Prefeito Damon de Sena, que “Disciplina a criação e a circulação de animais de grande porte, em estado de soltura às margens das rodovias asfaltadas, vias urbanas e indústrias do Município de Itabira”.
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