China enxerga tarifas dos EUA como oportunidade para impulsionar desenvolvimento
Pequim transforma pressão econômica em estratégia para fortalecimento interno e inovação tecnológica

Belo Horizonte - Em resposta às recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos, a China declarou que pretende converter essa pressão externa em uma oportunidade estratégica para acelerar seu desenvolvimento econômico e tecnológico. O jornal estatal Diário do Povo, porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCCh), enfatizou a resiliência da economia chinesa diante das medidas norte-americanas.
O editorial do periódico destacou que a economia chinesa é comparável a um vasto oceano, capaz de suportar tempestades sem se abalar, citando uma declaração do presidente Xi Jinping: "A economia chinesa é um oceano, não um pequeno lago. Tempestades podem virar um pequeno lago, mas não podem virar o oceano".
Além disso, o Diário do Povo ressaltou que a China tem reduzido sua dependência do mercado norte-americano, diversificando suas parcerias comerciais. Atualmente, o país é o principal parceiro comercial de mais de 150 nações, incluindo o Brasil e a maioria dos países da América do Sul.
A estratégia chinesa inclui também o fortalecimento do mercado interno, com ênfase na expansão da demanda doméstica como motor principal do crescimento econômico. Dados oficiais indicam que 85% das empresas exportadoras chinesas têm operações no mercado interno, e as vendas domésticas representam 75% do total dos negócios.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo patamar nesta semana, com ambos os países anunciando medidas que intensificam as tensões econômicas globais. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses caso Pequim não retire as tarifas de 34% aplicadas em retaliação às medidas anteriores de Washington. Trump estabeleceu o prazo de 24 horas para a remoção dessas tarifas, sob pena de implementação das novas taxas a partir de 9 de abril.
Em resposta, o Ministério do Comércio da China condenou a "natureza chantagista" das ameaças americanas e afirmou que o país está preparado para "lutar até o fim" para proteger sua soberania e interesses econômicos. Pequim também anunciou a intenção de levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando contestar as ações dos EUA no âmbito das regras do comércio internacional.
Analistas alertam que essa escalada pode ter impactos significativos nos mercados globais, afetando cadeias de suprimentos e aumentando a volatilidade financeira. Empresas de ambos os países podem enfrentar desafios adicionais, com possíveis aumentos de custos e interrupções nas operações internacionais. A comunidade internacional observa com preocupação, temendo que a intensificação dessa guerra comercial possa prejudicar a recuperação econômica global pós-pandemia.
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