Economia

Alckmin critica sobretaxação de aço e alumínio pelos EUA: “Olho por olho, todo mundo fica cego”

Vice-presidente defende diálogo e destaca superávit comercial dos EUA com o Brasil

geraldo alckmin
Marcelo Camargo / ABR - 

Brasília - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como "equivocada" a decisão dos Estados Unidos de sobretaxar em 25% o aço e o alumínio importados. Em declaração nesta quinta-feira (13), Alckmin afirmou que a medida não foi tomada especificamente contra o Brasil, mas trará impactos negativos para o comércio global.

“Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho, vai ficar todo mundo cego. Comércio exterior é ganha-ganha. Ganha quem tem mais competitividade para exportar e ganha o conjunto da sociedade. O caminho é a reciprocidade e buscar diálogo”, afirmou o vice-presidente.

Brasil não é ameaça comercial, diz Alckmin

O vice-presidente ressaltou que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, beneficiando-se de tarifas reduzidas. Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil registrou um déficit de US$ 342,9 milhões na balança comercial com os norte-americanos. Considerando bens e serviços, esse número chega a US$ 25 bilhões.

Segundo Alckmin, dos dez produtos mais exportados pelos EUA para o Brasil, oito possuem tarifa zero, graças ao regime de ex-tarifários, que isenta de impostos bens de capital e de telecomunicações. Atualmente, 72% das exportações dos EUA para o Brasil entram sem tributação, com tarifa média de 2,7%.

Apesar das críticas à sobretaxação, Alckmin enfatizou a importância do diálogo para resolver impasses comerciais e reforçou que o Brasil seguirá buscando uma relação de reciprocidade com os Estados Unidos.

 

Comentários