O julgamento da médica Gabriela Ferreira da Costa, do Bando da Degola, começou ontem por volta de 9h15 no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette. A médica eraacusadadehomicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Gabriela foi condenada a 46 anos de prisão.
O promotor Francisco Assis Santiago disse depois do veredicto que estava com a sensação de dever cumprido, que não comemora a condenação de ninguém, mas que a participação da médica nos crimes era incontestável e que a justiça foi feita.
Os advogados Arthur Di Spirito Kalil, Frederico Gomes de Almeida Horta e Raphael Silva Pires atuaram na defesa da rée após a condenação recorreram pedindo anulação do júri. De acordo com a defesa houve várias irregularidades na condução do processo e acreditam que vão conseguir a anulação. Eles alegam que os questionamentos foram confusos e induziram os jurados ao erro.
Quando anunciada a sentença que condenou a médica a 46 anos de prisão os familiares da condenada que acompanhavam o júri e confiavam em sua absolvição caíram em prantos.
O crime aconteceu em 10 de abril de 2010 e teve como vítimas os empresários Rayder Santos Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura que foram mortos e tiveram as suas cabeças e pontas dos dedos cortadas. O crime aconteceu em um apartamento do bairro Sion e os corpos foram transportados e desovados na região de Nova Lima.
O crime ganhou repercussão nacional pela crueldade e modos operantes para dificultar a identificação dos corpos.
Oito pessoas foram acusadas de arquitetar o crime, sendo que seis delas já foram condenadas. O ex-cabo da Polícia Militar, Renato Mozerem, foi o primeiro a ser julgado, em dezembro de 2011 e foi condenado a 59 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, sequestro, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Em julho de 2013 foi a vez do ex-estudante Arlindo Soares, que foi sentenciado a 44 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Em setembro de 2013 foi julgado o líder do bando, Frederico Flores, que foi condenado a 39 anos de prisão pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, extorsão, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado.
Em julho de 2014, o garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea foi condenado a 30 anos de prisão por homicídio qualificado e formação de quadrilha.
Em setembro do mesmo ano, o pastor Sidney Eduardo Beijamin foi condenado a três anos de reclusão em regime aberto por destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. O conselho de sentença absolveu o réu pelos crimes de duplo homicídio, extorsão e cárcere privado.
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