Brasil

Protestos em Minas Gerais reúnem milhares de pessoas na capital com faixas e cartazes

No interior o protesto também cobrava o fim da corrupção e punição para políticos e empreiteiras

Praça da Liberdade recebeu 24 mil pessoas (Foto: Reprodução/TV Globo)
Praça da Liberdade recebeu 24 mil pessoas (Foto: Reprodução/TV Globo)

A manifestação que aconteceu em todo o país neste domingo (15) contra a corrupção no Governo Federal e pelas mudanças no sistema político reuniu em Belo Horizonte, de acordo com estimativa da Polícia Militar, 24 mil pessoas. O manifesto durou todo o dia e foi registrado também em várias cidades do interior.

Com faixas e cartazes os manifestantes pediam o fim da corrupção e mais rigor contra os corruptos. A revolta era expressada também com palavras de ordem, como: Salve a Petrobras, não deixe ela morrer; punam os corruptos; fora presidente Dilma e reforma política já foi o que mais se ouviu entre os manifestantes.

O brasileiro está explodindo a sua indignação contra a onda de corrupção que se instalou no país e que dilapidou a maior empresa privada do Brasil, Petrobras.

Os manifestantes pediam a todo tempo punição para os políticos que roubaram a empresa e para as empreiteiras envolvidas no esquema. Pediam também a saída da presidente Dilma do poder. Eles acreditam que Dilma que foi presidente da Petrobras durante o governo Lula tinha conhecimento da corrupção na empresa e nada fez para impedi - lá.

Outra reclamação ouvida nas ruas é que a situação do país foi escondida pela presidente durante a campanha eleitoral. Segundo Dilma a inflação estava sob controle, as finanças do país estavam equilibradas e não haveria pós eleição nenhuma medida impopular que cortasse direito dos trabalhadores.

A população exige mudanças no sistema político com reformas profundas para estancar a corrupção que começa com as doações de empreiteiras para candidatos, prática legal no país.

As manifestações em Minas Gerais foram registradas, além da capital, em pelo menos mais 18 municípios e em todos eles as reivindicações e a indignação era a mesma. De acordo com organizadores em Ipatinga cerca de mil pessoas participaram do protesto. Em Montes Claros, Norte de Minas, cerca de três mil pessoas participaram de uma carreta contra a corrupção. Os manifestantes concentraram na Praça dos Jatobás, bairro Morada do Sol. Em Governador Valadares (mil pessoas); Teófilo Otoni (300 pessoas) Poços de Caldas (300 pessoas); Lavras (200 pessoas) entre outras também participaram do protesto. As informações das cidades do interior são dos organizadores.

No fim da tarde o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto fizeram um pronunciamento para antecipar as decisões que o governo vai tomar para o combate a corrupção.

Eduardo Cardozo ressaltou a importância de se rever o sistema político brasileiro, que, ao seu ver, se revela hoje "anacrônico". O ministro encampou a defesa de uma reforma política que precisa ser debatida pela sociedade e apontou o fim do financiamento empresarial para partidos e campanhas eleitorais como uma das práticas que hoje é legal no país e que precisa ser revista.

"É necessário uma reforma política que feche as portas desse sistema à corrupção, o que poderia ser alcançado, principalmente com o fim do financiamento empresarial às campanhas eleitorais. É importante que existe um diálogo que leve à construção de um novo sistema político", disse.

Rossetto também endossou a necessidade de se colocar em pauta a reforma política e enfatizou que em breve serão trazidas à público pela presidente Dilma Rousselff novas medidas de combate à corrupção. "Essas são medidas que ela inclusive já havia colocado como uma das prioridades no seu plano de governo e que vão ser anunciadas nos próximos dias para justamente atuar no combate à corrupção", afirmou o ministro da Secretaria-geral da Presidência.

A população que hoje manifesta pedindo o fim da corrupção que é apoiada por vários deputados de partidos de oposição a presidente Dilma precisa estar atenta. A presidente Dilma propôs há pouco tempo um plebiscito para ouvir a população sobre as reformas e uma Assembléia Nacional Constituinte para vota - lá e foi bombardeada pelo congresso. As mudanças para surtir o efeito que a população espera não serão feitas por aqueles que terão os seus interesses prejudicados.

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