O consumo de energia elétrica, registrado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) no ano passado, cresceu 2,2% em relação a 2013, contabilizando o menor aumento anual desde a demanda negativa de 1,1%, em 2009, no auge dos efeitos da crise econômica deflagrada em setembro de 2008 com a quebra do banco norte-americano de investimentos Lehman Brothers.
Os dados constam da Resenha Mensal de Energia Elétrica, divulgada hoje (30) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A resenha mostra que o consumo de energia elétrica cresceu 3,4% em 2013, ficando praticamente estável em relação aos 3,5% de crescimento em 2012.
O fraco desempenho do setor energético no ano passado teve como principal responsável o setor industrial brasileiro, que ficou bem abaixo das previsões iniciais do setor. Em 2014, o consumo da industria caiu 3,6%, comparado a 2013.
Para a EPE, embora o consumo de energia tenha apresentado taxas de crescimento positivas no primeiro trimestre, a retração da produção industrial “se agravou no segundo semestre, estendendo-se aos demais segmentos e refletindo no consumo de eletricidade industrial como um todo”.
O recuo da indústria foi em parte compensado pelo crescimento da demanda dos setores de comércio e serviço e residencial, o que acabou por garantir a expansão de 2,2% na demanda global ao longo do ano passado.
Em 2014, a demanda do setor de serviço e comércio chegou a crescer 7,3% em relação a 2013, liderando mais uma vez a expansão do consumo de energia. Em alguns períodos do ano, houve influência das altas temperaturas, especialmente no primeiro trimestre, com picos de até 16% no crescimento do consumo, em relação aos mesmos meses de 2013, segundo a EPE.
Outros fatores, de natureza estrutural, também contribuíram para expansão do consumo de energia comercial, como a expansão de shoppings, modernização e crescimento do movimento em aeroportos e o aumento da rede hoteleira.
Já o consumo residencial cresceu 5,7% em relação a 2013, devido a expansão do número de consumidores residenciais e a intensificação do uso de condicionadores de ar, evidenciado na forte elevação do consumo de energia nos meses de janeiro e fevereiro, sobretudo no Sul e Sudeste do país”, esclarece a resenha da EPE.
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