Economia

PIB brasileiro cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela agropecuária

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Brasília - O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o quarto trimestre de 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país totalizou R$ 3 trilhões no período.

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 2,9%. Já no acumulado de 12 meses, a economia brasileira registrou alta de 3,5%, mantendo uma trajetória de expansão sólida. Esta é a 15ª alta consecutiva do PIB na comparação com o trimestre imediatamente anterior e a 17ª consecutiva na comparação interanual, sequência iniciada no primeiro trimestre de 2021.

O desempenho positivo foi puxado, principalmente, pelo setor agropecuário, que apresentou uma expressiva alta de 12,2% na comparação trimestral. “Condições climáticas favoráveis e expectativa de safra recorde da soja, nossa principal lavoura, explicam esse crescimento”, destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Já o setor de serviços, responsável por cerca de 70% da economia brasileira, avançou 0,3% no trimestre. As maiores contribuições vieram das atividades de informação e comunicação (3,0%), outras atividades de serviços (0,8%) e atividades imobiliárias (0,8%). Também cresceram os segmentos de administração pública, saúde, educação e seguridade social (0,6%), comércio (0,3%) e o setor financeiro (0,1%). Em contrapartida, houve recuo no setor de transportes, armazenagem e correio (-0,6%).

A indústria teve ligeira queda de 0,1%, com resultados mistos entre os segmentos. As indústrias extrativas cresceram 2,1%, enquanto eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos aumentaram 1,5%. Por outro lado, as indústrias de transformação caíram 1%, e a construção civil recuou 0,8%.

Na ótica da demanda, o destaque foi a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), que cresceu 3,1%, seguida pelas exportações de bens e serviços, com alta de 2,9%. O consumo das famílias aumentou 1%, refletindo a melhora no mercado de trabalho e no crédito. A importação de bens e serviços, que impacta negativamente o cálculo do PIB, teve avanço de 5,9%.

Segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, o resultado sinaliza que a economia brasileira mantém um ritmo de crescimento moderado, com destaque para o dinamismo do agronegócio. "É um resultado importante, principalmente diante de um cenário internacional ainda volátil e de juros elevados no mercado interno", afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico.

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