- Athaliba, o Romeu Zema, governador mineiro, deve ficar debaixo de protestos até o final do mandato. Representantes de instituições organizadas da sociedade civil - eram mais de 100 - se reuniram para traçar estratégias de luta contra a política ultraliberal e de sucateamento do patrimônio público de Minas Gerais. As ações irão se concentrar na realização de plebiscito sobre privatizações e defesa das estatais. Com atividades acopladas às manifestações da Campanha Fora Zema, que ganhou forma e tende a ecoar com força em todos os cantos de Minas Gerais.
- Marineth, somado a isso, o vereador Carlos Bolsonaro, apelidado Carluxo, no exercício do sexto mandato, atacou Romeu Zema, chamando-o de “liberal com cara de idiota”. O 2º filho do mito pés de barro que, na presidência da República, desorganizou o que tínhamos no mínimo organizado, abriu cruzada de ataques contra o governador nas redes sociais.
- Athaliba, antes de desenrolar as ações dos movimentos sociais contra o governador, fala-me do ataque ao antigo e fervoroso aliado do clã Bolsonaro. Ocê esqueceu que ele condecorou o mito pés de barro com o título de cidadão honorário de Minas Gerais? O deputado estadual autor do projeto de lei que garantiu a cidadania mineira ao ex-presidente é o Sandro Lúcio Fonseca.
- Na lata, Marineth, o Carluxo disse que Zema é “liberal com cara de idiota”. A briga entre eles chegou ao site da Carta Capital, entre outras publicações. A matéria jornalística, 4/10, revela que o governador alfinetou o mito pés de barro, dizendo que ele mantinha uma parentada enorme na política. Na crítica, Zema disse que “em MG, apesar de nós termos 320 mil servidores públicos eu não tenho nenhum parente em cargo público”. E completou: “Família prá lá, negócios prá cá”.
- O Zema sempre seguiu orientações do mito pés de barro, Athaliba. Chegou a afirmar que “o programa do meu governo é igual ao do Bolsonaro”. Rezava, portanto, na cartilha ultraliberal e antipopular que atentava contra a soberania nacional.
- Pois é, Marienth. Agora, no entanto, depois do Tribunal Superior Eleitoral - TSE - tornar o mito pés de barro inelegível por oito anos, o Zema tá pulando prá fora do barco. A inelegibilidade se deve àquela reunião, 18/7 de 2022, no Palácio da Alvorada, com embaixadores estrangeiros, na qual o ex-presidente disse que o processo eleitoral do Brasil não era confiável.
- Então, o Zema tá se articulando para afanar a “liderança de direita” do mito pés de barro, Athaliba?
- Muito bem, Marineth. É isso mesmo. Aquela declaração de empreguismo, nepotismo do clã Bolsonaro, feita por Zema, ocorreu num encontro em que estava o João Dória, ex-governador de São Paulo. Aí uma notícia na Revista Veja dizia que “o plano de Zema prá herdar a direita e isolar Bolsonaro” irritou Carluxo. E ele se manifestou dizendo que “se você (Zema) não concordar ou responder estará desunindo a direita; aquela liberal que gosta de aumentar imposto, fazer cara de idiota”.
- Athaliba, o atrito entre Zema e Carluxo ainda vai espalhar muita brasa, alimentando o noticiário político. Mas, o que quero lhe dizer é que o Zema, dentro de casa, ou seja, em MG, vai cortar um dobrado. A Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, conclama a luta “todos os setores da sociedade no enfrentamento das propostas ultraliberais do governador”.
- Com certeza, Marineth, provavelmente o movimento sindical não dará trégua ao Zema.
- Athaliba, o governador, ultimamente, reafirma o desejo de apresentar na Assembléia Legislativa de Minas Gerais - ALMG - projeto no sentido de facilitar a privatização de empresas estatais. Ele quer porque quer retirar da Constituição mineira a obrigatoriedade de realização de referendo popular para vender as empresas estatais. Numa declaração à imprensa, ele disse que a população não seria especialista o suficiente para opinar sobre privatização das estatais.
- Marineth, será que o Zema conseguirá mudar a Constituição de Minas Gerais, na ALMG?
- Acho difícil, Athaliba. A regra foi criada exatamente para evitar privatização a rodo, como aconteceu em 1997, quando Eduardo Azeredo vendeu 30% das ações da Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais. Em 2000, a ressalva foi aprovada à Constituição mineira, buscando proteger as empresas estatais de ataques de qualquer governo. Pois, afinal, as empresas são do Estado e não de gestões de governadores. Por outro lado, pesquisas mostram que a população mineira é contra a privatização. E, se essa é a vontade do povo, então não à privatização!
Comentários
A sujeira escondida embaixo do tapete por décadas vai dia a dia aparecendo. Outras manobras q ocasionaram privatizações estão sempre presentes no discurso da direita. Q a Constituição possa ser respeitada. O povo não quer!!!!!!