Coluna

EU, MONÔNIMO

Outro dia, lendo a coluna do jornalista Ruy Castro, na ‘Folha de São Paulo’, descobri que sou um monônimo. Aliás, fui. Não sou mais.

Monônimos originais são Pelé, Zico, Xuxa, Jaguar, Ziraldo, Laerte, Henfil, Nani, Angeli, Confúcio, Lampião, Molière, Voltaire, Platão, Stendhal e Madonna, entre outros.

São músicos, cartunistas, escritores, jogadores, pensadores e artistas, todos celebridades monônimas.

Segundo o Houaiss, monônimo é a palavra que abrange um só conceito. Quando se trata de nomear pessoas, dispensa epítetos e apodos. 

EDIEL RIBEIRO

Uma pessoa monônima é um indivíduo conhecido e designado por um monônimo, ou seja, um "nome único". Em alguns casos, este nome foi escolhido pelo próprio indivíduo, que originalmente possuía um polínimo ("nome múltiplo"). Em outros casos, foi determinado pelos costumes dum país ou por alguma pessoa ou grupo. 

Meu nome é Ediel. Um monônimo. O nome foi criado pela minha mãe. Uma junção de seu nome Edith e do nome do meu pai, Manoel. Era, ou ainda é, uma prática recorrente entre as famílias nordestinas.

Quando comecei a assinar meus trabalhos como jornalista e cartunista, escolhi Ediel. Sempre achei meu nome único. Nunca encontrei uma pessoa com o mesmo nome que o meu. Até recentemente achei que não havia outro nome igual.

Com o advento da internet, ao tentar criar uma página descobri que já havia outro Ediel nas redes sociais. Haviam, aliás, mais de 2 mil. Minha página no Facebook, então, ficou: Ediel Ribeiro.

Em sua coluna, Ruy Castro explica: “Não se sabe por que, mas, em sociedades que adoram empilhar sobrenomes, alguns se eternizam por um simples nome, que pode ser um apelido, pseudônimo ou prenome, mas só um. E já começou cedo, com Adão e Eva. A Bíblia, aliás, é um dilúvio de monônimos: Deus, Abraão, Sansão, Herodes, Salomé, uns mil mais. A música popular também: Pixinguinha, Cartola, Jamelão, Maysa, Djavan, Cazuza, Prince, Björk, Madonna.

Os jogadores de futebol já foram mais mononinômonos: Zizinho, Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Romário. Hoje todos têm nome e sobrenome e só faltam entrar em campo com cartões de visita. Benzema e Mbappé são quase exceções. Sou a favor dos monônimos. Nomes devem dizer coisas, não ocupar espaço”.

Também sou fã dos monônimos, pena não poder usar o meu.

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