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Janaína Dutra, 1ª travesti a obter registro da OAB foi homenageada pelo Google

Janaina Dutra, 1ª travesti a obter registro na OAB, dedicou a vida em defesa dos direitos LGBTQIA+ e mereceu homenagem do  Google nada data de seu nascimento (Reprodução/Google)

O Google, no último dia do mês de novembro, celebrou com o seu Doode a memória de Janaina Dutra, 1ª travesti a obter registro na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB -, na sua data de nascimento. Ela nasceu 30/11 de 1960, em Canindé, distrito do Ceará, sendo registrada com o nome de Jaime César Dutra Sampaio, numa família com dez irmãos. Ganhou reconhecimento em âmbito nacional por sua liderança na luta em defesa dos direitos da população LGBTQIA+.

Teve o apoio de familiares quando, ainda na adolescência, foi alvo de homofobia. Aos 17 anos foi morar com uma irmã na capital e em 1986 graduou-se em Direito pela Universidade de Fortaleza, sendo aprovada no exame da OAB, em seguida. Dizia que a opção pela advocacia foi em razão do preconceito que sofria. Morreu aos 43 anos, vítima de câncer no pulmão.

A direção do Google lembrou que “ao longo da década de 1980, Janaina Dutra avançou sua carreira desenvolvendo a primeira campanha de prevenção do HIV no Brasil, com foco na comunidade transgênero, em colaboração com o Ministério da Saúde”.

A advogada também contribuiu para a fundação do Grupo de Resistência Asa Branca e foi a primeira presidente da Associação de Travestis do Ceará. A entidade organizada da sociedade civil não tinha fins lucrativos e atuava em apoio social e jurídico para a comunidade LGBTQIA+. A imagem dela estava sempre ligada à cópia da lei anti-homofobia da sua cidade natal que levava consigo e à qual teve papel fundamental na luta pela aprovação. A legislação pune a LGBTFobia em estabelecimentos comerciais, industriais, empresas prestadoras de serviços e similares, que discriminarem pessoas em virtude de sua orientação sexual em Fortaleza.

Em 2011 foi fundado, em Fortaleza, o Centro de Referência LGBT Janaina Dutra, órgão municipal que tem como missão proteger a população trangênero em situação de violência, violações e omissões de direitos com base na sua orientação sexual e/ou identidade de gênero.

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