Opinião

Como Itália, Brasil , Portugal e Alemanha estão enfrentando o Coronavírus

Geralmente as sociedades e governos que estão acostumados a lidar com problemas complexos tem maior probabilidade de resolve-los, visto conhecerem as lições aprendidas e melhores práticas. 

Países de culturas fechadas, como Brasil e Itália, que somente falam uma língua, e que são fortemente voltados ao turismo, acabam tendo os mesmos resultados: tsnumis de lama, quedas de pontes e viadutos, enchentes com diversas vitimas, e mais colapso com o corona vírus. 

Com relação ao Corona Virus, primeiramente é importante observar que o número de mortes na Itália (cultura de curto prazo baseado em informação de primeira mão, como o Brasil) é proporcionalmente infinitamente maior que o da Coreia do Sul. 

A Itália começou a testar amplamente, depois reduziu o foco para que agora, as autoridades não tenham que processar centenas de milhares de testes. 

Contudo, como a Itália não esta realizando tantos testes como deveria, o número de casos, pode ser 10 vezes maior do que o apresentado pelo governo italiano. 

Mas há uma troca: eles não podem entender o que passou com a epidemia do H1N1 há uma década e ver o que está por vir e estão tentando conter os movimentos de toda a população do país de 60 milhões de pessoas para conter a doença. Até o Papa Francisco, que está resfriado e entregou sua bênção dominical pela internet de dentro do Vaticano, disse que se sentia "enjaulado na biblioteca", o que é uma ótima para culturas não acostumadas a ler. 

Os dois países, Coreia do Sul e Italia, viram seus primeiros casos da doença chamado COVID-19 no final de janeiro. Até o dia 12 de março, a Coreia do Sul havia reportado 67 mortes de quase 8.000 casos confirmados, após testar mais de 222.000 pessoas. Em contraste, a Itália tinha até esta data 1.016 mortes e identificou mais de 15.000 casos após a realização de mais de 73.000 testes em um número não especificado de pessoas. Hoje o número de mortes na Itália é de 7503 e na Coreia é de 118. 

As escolas na Coreia do Sul vão abrir dia 6 de abril, mas as da Itália e Brasil não tem previsão para retomar as aulas. 

Quem mais ganha com tudo isso é Berslusconi, o magnata da mídia italiana, dono de nada menos que 10 canais de televisão na Itália. 

Agora, esse sistema foi desequilibrado. Funcionários estão sendo levados para os serviços de emergência e acidentes, feriados foram cancelados e médicos dizem que estão atrasando “operações não urgentes” para liberar leitos de "terapia intensiva". 

Como não há conhecimento e experiência em países com economias baseadas em turismo, o ideal seria atrair uma conferência Internacional sobre o tema, onde experts dos mais variados campos conexos a medicina, possam dar sua contribuição. Funcionários do governo poderiam participar desde que enviassem seus trabalhos e não quisessem tomar decisões sem antes ler e entender os trabalhos apresentados. 

Portugal, uma cultura onde as pessoas sao educadas a falar e escrever em ingles desde pequenas, o numero de mortes é de apenas 45. 

Neste país, que tentou organizar o Brasil quando os lideres portugueses eram refugiados, inicia nesta quinta-feira o periodo de mitigação, a ultima fase antes da recuperacao. 

A nova norma fixa o modelo de abordagem da pessoa com suspeita de infeção ou com infeção por covid-19 sendo aplicável às unidades de todo o sistema de saúde, incluindo hospitais públicos e privados e centros de saúde. 

Em termos praticos, a norma do periodo de mitigacao é que todas pessoas com suspeita de infeção, isto é, que apresentam sintomas como febre, tosse persistente ou tosse crónica agravada e dificuldade respiratória, devem ser testadas. 

Neste contexto, as medidas de contenção da doença (fase anterior) são insuficientes e a resposta é focada na mitigação dos efeitos da Covid-19 e na diminuição da sua propagação, de forma a minimizar "a morbimortalidade [relação entre o número mortes provocadas por determinada doença, num dado local e num certo período de tempo], e/ou até ao surgimento de uma vacina ou novo tratamento efetivo". 

A Alemanha tem a mesma estratégia e planejamento para combater o corona virus que Portugal. 

Especialistas explicam por que a taxa de mortalidade em decorrência do coronavírus na Alemanha é inferior à de outros países europeus. 

Nas últimas semanas, o número de casos do novo coronavírus na Alemanha cresceu rapidamente, atingindo 34.009 casos, tornando-se o 5º país mais afetado do mundo, atrás somente de China, Itália, EUA e Espanha. 

Mas a taxa de mortalidade desses países varia de maneira significativa. De acordo com dados compilados pela Universidade John Hopkins (EUA), a taxa de mortalidade na Itália é de 9,5%, e na França é de 4,3%, enquanto na Alemanha é de somente 0,4%. 

O principal motivo para a baixa mortalidade foi, de acordo com especialistas, a resposta das autoridades alemãs no início da propagação do vírus no país. Neste primeiro estágio, a Alemanha focou em identificar, testar e conter epicentros de propagação. 

Uma vez que o país optou por testar não só os casos mais óbvios de Covid-19, como aqueles com sintomas graves ou pacientes de alto risco, a Alemanha tem dados mais precisos sobre a real situação epidemiológica do país, reportou o The Washington Post. 

"No início tínhamos relativamente poucos casos. No tocante à identificação e ao isolamento, fizemos um bom trabalho na Alemanha", declarou Reinhard Busse, diretor do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Tecnologia de Berlim. 

Em relação a preparação do Brasil para enfrentar o corona vírus, os próprios brasileiros já deram sua opinião visto conhecerem o despreparo do país para questões complexas: Segundo o inquérito de opinião publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 73% das pessoas concordam com o isolamento temporário em casa, contra 24% que discordam. A sondagem realizada por telefone entre 18 e 20 de março também mostra que 54% dos brasileiros acham que o Brasil está pouco preparado e 34% acham que o Brasil não esta pronto. Contudo esses 88% não apresentam soluções e esperam do governo que os orientem, enquanto brigam entre si para próxima eleição presidencial, a cultura do esperto. 

Para prever o resultado da crise na saúde e economia, é preciso considerar o forte impacto da corrupção na efetividade dos serviços públicos, estudos esses já feitos pelos pesquisadores Rose-Ackerman, Lambsdorff ,Wei, Ades e Di Tella e Tanzi. 

O pesquisador francês Albert Honlonkou na obra “Corruption, inflation, croissance et développement humain durable” descobriu que em países onde o nível de educação é alto, corruptos tendem a se beneficiar menos da ignorância à procura de subornos. Seus estudos também mostram que a redução da corrupção está associada a um melhor desenvolvimento global que se reflete em um maior Indice de Desenvolvimento Humano – IDH. 

Do ponto de vista prático, é importante saber que ninguém morre do vírus corona com um bom sistema imunológico e é por isso que a maioria das pessoas que morrem são idosos. 

A gripe e o corona virus tem muitas semelhanças. No entanto, alguns sinais entre as duas infecções, GRIPE E CORONA, podem ser diferentes e ajudar na identificação. A principal é que a gripe e outros tipos de vírus afetam mais o trato respiratório superior, enquanto o novo coronavírus danifica ainda mais a parte inferior. Portanto, os sintomas incluem tosse seca, febre, falta de ar e, em casos mais graves, pneumonia. Embora a rápida disseminação do novo coronavírus tenha causado preocupação mundial, sabe-se que a doença causada por ele não causa pânico devido à sua letalidade (estimada em 2% ou 3%), que é menor do que outras epidemias, como o H1N1. 

O H1N1 ficou famoso há uma década, quando uma epidemia desse subtipo do vírus da gripe provocou 2 mil mortes no Brasil. Em 2018, ele foi responsável por 65% dos óbitos decorrentes dessa doença. O H1N1 causa os mesmos sintomas das outras versões do vírus influenza: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A diferença estaria no risco de complicações. 

“Ele é um pouco mais virulento. Ou seja, multiplica-se rapidamente no organismo e provoca mais casos graves em jovens, asmáticos e gestantes”, comenta Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo. 

O H1N1 integra o time dos vírus influenza tipo A, do qual o H3N2 também faz parte. Esse agente infeccioso, aliás, parece ser mais perigoso para os idosos. 

A outra família de influenza, do tipo B, geralmente se manifesta de maneira mais branda, segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Os especialistas alertam, porém, que as diferenças de agressividade entre os subtipos da gripe são tênues, até porque dependem das constantes mutações que esses vírus sofrem. Em resumo, todos preocupam. 

A forma de tratar a nova doença também não é muito diferente da gripe comum: apoiar o paciente, a fim de aliviar seu sofrimento e evitar que os sintomas piorem. O sistema imunológico em si é aquele que mata o vírus e leva à cura. A melhor opção é apostar na higiene correta das mãos, sendo indicado para lavá-las com água e sabão após cumprimentar outras pessoas ou tocar superfícies em ambientes públicos. 

 

Cristiano Trindade de Angelis*, PhD em Estratégia e Gestão de Projetos, é autor de “A knowledge management and organizational intelligence model for public sector administrations.

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