Política

Vereadores corruptos denunciados pelo MP

A ação policial que resultou na prisão de parlamentares acusados de corrupção e os levou à denúncia do Ministério Público Estadual, incluindo alguns empresários, desmoralizou a Câmara de Vereadores de Uberlândia, no triângulo mineiro, junto à opinião pública não só de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. As denominadas ações “Má impressão” e “Guardião” realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) levaram o MP a acusar 23 pessoas por crimes de desvio de recursos públicos, entre as quais donos de empresas gráficas e 15 vereadores, sendo que dentre eles 14 continuam presos no Presídio Professor Jacy de Assis. Os processos tramitarão na 3ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia.

Baiano, presidente da Câmara de Vereadores, teve aprovação simbólica de projeto que considera bem cultural para fins de tombamento de natureza imaterial o “pastel de feira”
Baiano, presidente da Câmara de Vereadores, teve aprovação simbólica de projeto que considera bem cultural para fins de tombamento de natureza imaterial o “pastel de feira”

Ficou provado que os denunciados utilizaram notas fiscais falsas, emitidas por gráficas da cidade, com a finalidade de receber reembolso da Câmara de Vereadores. Dentro do período investigado, entre 2017 a 2019, os gastos só dos vereadores acusados de corruptos somam mais de R$ 3 milhões desviados. Os parlamentares se apropriavam do dinheiro por serviços que não eram prestados integralmente. Agentes do Gaeco chegaram à conclusão que o dinheiro desviado dos cofres públicos por parte de cada gabinete variara de R$ 183,6 mil a até R$ 227,5 mil. Todos os vereadores presos estão com os mandatos suspensos.

Além de apresentar denúncia, o MP também pediu a decretação da prisão preventiva do empresário Tarcízio Carbone da Silva, por emitir notas fiscais falsas à empresa Ideal Assessoria e Serviços, buscando justificar as despesas dos vereadores que se serviam dos serviços da firma de fachada. Por sua vez, o dono da empresa, Marcos Esteves, também foi denunciado. Ele já havia sido preso na ação “O poderoso chefão”, tendo colaborado com as investigações e continua em prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Mateus Fernandes da Silva e Adriano Machado Borges, servidores lotados nos gabinetes dos vereadores Juliano Modesto e Ronaldo Alves, também foram denunciados e as prisões deles foram pedidas pelo MP.

Além dos crimes de corrupção no setor de serviços gráficos, o MP também apresentou denúncia àquela vara criminal contra o esquema propina envolvendo o contrato de vigilância da Câmara de Vereadores de Uberlândia.

Eis a relação dos envolvidos:

Vereadores denunciados
Alexandre Nogueira (PSD) 
Marcio Nobre (PSD) 
Osmirio Alves de Oliveira, o Ceará (PSC)
Ronaldo Alves (PSC) 
Doca Mastroiano (PL) 
Vilmar Resende (PSB) 
Wender Marques (PSB) 
Hélio Ferraz,o Baiano (PSDB) - Presidente da Câmara de Vereadores
Isac Cruz (Republicanos) 
Pâmela Volp (PP) 
Juliano Modesto (suspenso do SD) 
Rodi Borges (PL) 
Silésio Miranda (PT) 
Helvico José de Queiroz Jr, o Vico (Cidadania) 
Marcelo Cunha (sem partido e em liberdade, suspenso do mandato após pedido do MP)

Vereadores que renunciaram e não são processados
Dra. Flavia Carvalho (PDT) 
Felipe Felps (PSB) 
Ricardo Santos (PP) 
Roger Dantas (Patriota) 

Vereadores soltos, mas com investigação em andamento
Paulo César-PC (SD) – em liberdade, porém suspenso do mandato após pedido do MP
Dra Jussara (PSB) – em prisão domiciliar

Outros denunciados
Mateus Fernandes da Silva (assessor do vereador Juliano)
Adriano Machado Borges (assessor do vereador Ronaldo)
Marcos Lúcio Esteves (empresário)
Lindolfo José Ferreira (empresário)
Tarcízio Carbone da Silva (empresário)
Adeilson Barbosa Soares (ex-controlador da Câmara)
Samuel Moura de Novais (ex-diretor administrativo da Câmara)
Aldo de Sousa Filho (ex-secretário Geral da Câmara)

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