Rio - Confesso, tenho minhas manias.
Não cobrir os pés à noite, é uma delas.
Depois que comecei a escrever romances - que me obrigam a ficar horas em frente ao computador - ganhei manias novas.
Por exemplo, só escrevo ouvindo jazz e bebo aproximadamente vinte canecas de café por dia. Outra: a saudade da velha máquina de escrever me fez baixar um app que imita o som das teclas no computador. O som das batidas me inspira.
Mas não sou o único.
O escritor Adam Smith, autor de “O Guia do Mochileiro da Galáxias”, era um apaixonado por rock. “Shine On You Crazy Diamond”, da banda Pink Floyd, tocou à exaustão enquanto ele escrevia seu romance mais famoso.
Fã dos quadrinhos, George R. R. Martin, escritor dos livros que geraram a série Games of Thrones, quando tinha um bloqueio criativo parava de escrever e lia as revistinhas da Marvel.
Todas as manhãs, antes de começar a escrever Stephen King, autor de “Carrie a Estranha”, entre outros sucessos, caminha de 3 a 5 km. Ao voltar para casa, toma um copo de água gelado e, a partir daí, começa a trabalhar, sempre às 8h30. Escreve sempre ao menos dez páginas por dia.
O autor de “O Código da Vinci”, Dan Brown, é mais radical que King. Acorda todos os dias às 4h e faz ginástica até às 5h. Começa a escrever, mas, de hora em hora, faz uma pausa no trabalho para uma série de flexões, abdominais e alongamentos que, segundo o escritor o ajuda a manter o sangue e as idéias em movimento.
O escritor francês, Honoré de Balzac, autor de “A Mulher de Trinta Anos”, livro que inspirou o termo “balzaquiana”, era viciado em café. Chegava a consumir aproximadam cinquenta xícaras por dia. Ou até mastigava um punhado de grãos como se fossem amendoins.
Manias são bastante comuns entre escritores: A inglesa Agatha Christie, criou obras primas como “Assassinato no Expresso do Oriente” , deitada numa banheira com água morna; o poeta Vinícius de Moraes, autor de “Soneto da Felicidade”, era outro que adorava escrever na banheira; James Joyce, o criador de “Ulysses”, era apaixonado por chocolate; Mark Twain, autor de “As Aventuras de Tom Sawyer”, só trabalhava fumando charutos; o brasileiro, Paulo Coelho, autor de “Brida”, depois que foi ameaçado com um revólver por um fã, em Zagreb, na Croácia, nunca mais participou de noites de autógrafos. Tinha pânico.
O mais bizarro era Alexandre Dumas: o autor de “Os Três Mosqueteiros”. Para se forçar a trabalhar até concluir um livro, entregava todas as roupas a um criado. Assim, não poderia sair de casa. Ele também gostava de acordar cedo, sentar-se debaixo do Arco do Triunfo e devorar maçãs.
Victor Hugo, de “Os Miseráveis”, gostava de escrever em pé, apoiado em uma mesa e na frente de um espelho; Goethe, autor de “Fausto”; Virginia Woolf , de “Mrs. Dalloway” e a novelista Glória Perez também eram fãs da “literatura vertical”.
Ao contrário deles, Marcel Proust, Truman Capote e George Orwell, só conseguiam escrever deitados.
O poeta chileno, Pablo Neruda, na autobiografia “Confesso Que Vivi”, revelou que só conseguia usar tinta verde. Jamais escrevia com azul, preto ou vermelho.
Cada louco - ou gênio - com sua mania.
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