Cinquenta e três PMs, presos desde 18 de dezembro na chamada Operação Ubirajara, por ordem do juiz Ronaldo João Roth, 53 PMs do 22º BPM, na zona sul de São Paulo, acabam de ser denunciados pelo Ministério Público paulista. Os PMs são acusados, segundo o promotor Cláudio Henrique Bastos Giannini, de integrar a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ao praticar crimes como concussão (recebimento de vantagens indevidas por funcionário público), corrupção passiva, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional, além de associação ao tráfico de drogas. Se a denúncia for aceita, os PMs passam a réus no processo e serão julgados pelas acusações, apresentando suas defesas.
O promotor Cláudio Giannini diz que “o papel dos PMs dentro da organização criminosa era de não reprimir a prática do delito de tráfico, bem como facilitá-lo, não passando de viatura policial próximo aos pontos de venda, informando acerca de alguma operação policial pelo local e até mesmo alterando a verdade em documentos públicos para que não ocorresse apreensão de droga ou a prisão dos traficantes”.
A investigação que resultou na prisão dos 53 PMs, realizada pela Corregedoria da própria corporação e promotores, começou a partir de denúncia anônima feita no início de fevereiro do ano passado. Os PMs haviam apreendido grande quantidade de drogas e passaram a negociar com traficantes, exigindo pagamento de vantagem indevida e recebendo a propina quando em serviço, ou seja, fardados e dentro de viaturas da corporação. Os traficantes pagavam aos PMs valores que variavam de R$ 300,00 a R$ 50 mil. Além de monitorar entrega de dinheiro em dias variados nos meses de março, abril, maio e junho, a Corregedoria ouviu mais de 80 mil ligações telefônicas.
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