A mineradora Vale informou hoje (4) que duas membranas de contenção de rejeito instaladas no Rio Paraopeba já estão em operação. Elas foram colocadas para proteger o sistema de captação de água para abastecimento do município de Pará de Minas (MG), que fica a cerca de 40 quilômetros de Brumadinho (MG).
As duas barreiras foram colocadas neste fim de semana. A instalação de uma terceira membrana é prevista para hoje (4), o que dependerá das condições meteorológicas. A previsão é de chuva para a região, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A situação do Rio Paraopeba após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, vem sendo monitorada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. De acordo com o boletim divulgado neste fim de semana, há duas plumas que misturam rejeito e água se deslocando, mas ambas registram índices de turbidez da água considerados dentro da normalidade. "A pluma 2 está sendo monitorada e a expectativa é que continue se comportando da mesma forma que pluma 1, diminuindo a concentração ao longo do percurso e que as partículas em suspensão sedimentem no leito", registra a estatal.
De acordo com a Vale, a colocação das membranas tem o potencial de reter os sedimentos ultrafinos. Elas têm 30 metros de comprimento e até 3 metros de profundidade. "A estrutura funciona como um tecido filtrante, evitando a dispersão das partículas sólidas (argila, silte, matéria orgânica etc), que provocam a turbidez da água e altera sua transparência", diz nota divulgada pela mineradora.
Embora tenha como objetivo permitir que o sistema para captação e abastecimento de Pará de Minas continue operando, as barreiras não trazem segurança para o uso da água bruta. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) vem orientando que ela não seja utilizada para nenhuma finalidade. Com base em resultados preliminares de amostras da água, o órgão recomenda que seja mantida distância de 100 metros para as margens do rio.
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