Brasil

Passados oito meses do assassinato da vereadora Marielle Franco, as investigações ainda são inconclusivas

Crédito: Mídia Ninja
Crédito: Mídia Ninja

 

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, concedeu entrevista ao canal GloboNews nessa quarta-feira(21) e falou sobre o andamento das investigações do crime que vitimou a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista, Anderson Pedro Gomes. Marielle Franco foi assassinada no dia 14 de março deste ano quando voltava de uma reunião na Lapa onde ela havia participado de um evento chamado "Jovens Negras Movendo as Estruturas". O carro em que estava foi interceptado pelos atiradores na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, Região Central do Rio, por volta das 21h30.

Os bandidos emparelharam seu veículo com o que estava a vereadora e dispararam. Marielle que estava no banco de trás foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas. Os dois morreram na hora.

Passados 8 meses do crime, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes disse que acredita que há o envolvimento de milicianos no assassinato da vereadora e que “provavelmente” há políticos envolvidos com o caso.

“Não é um crime de ódio, falei isso logo na primeira entrevista que dei, em março, sobre isso. É um crime que tem a ver com a atuação política, em contrariedade de alguns interesses. E a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução”.

O crime de Marielle estampou as páginas dos principais jornais do país e teve também grande repercussão na mídia internacional. A vereadora era defensora das minorias e ferrenha combatente do crime organizado que domina o Rio.

Devido a sua atuação política e a violência com o que crime foi cometido, protestos foram registrados em todo mundo cobrando por justiça. Os familiares de Marielle e sua companheira, a arquiteta Monica Tereza Benício, lutam desde que ela foi assassinada para que o crime não caia no esquecimento. Eles temem que com o passar do tempo, as provas vão se desfazendo e o esclarecimento torne-se mais difícil. A única conclusão da justiça do RJ, que ninguém tem dúvida, é de que Marielle foi executada a tiros por profissionais que seguiram a vereadora desde a Lapa até o bairro do Estácio onde o crime ocorreu.

Ilustração: NETTO
Ilustração: NETTO

 

Hoje (22) o Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, voltou a reafirmar durante evento em Brasília que não há dúvidas de que a vereadora foi assassinada por milicianos ou a mando destes e que acredita ainda que um "complô" tem impedido que "se venha à tona os mandantes e os executores" do crime, causando embaraço as investigações.

"Não tenho dúvida de que, se nós não conseguirmos desbaratar esse complô que impede que se venha à tona dos mandantes e dos executores, vai ficar muito difícil", disse.

"Sem sombra de dúvida, existem interesses que envolvem agentes públicos, milícias, políticos, que não querem e impedem que se chegue aos mandantes, sobretudo, poderosos mandantes, e também aos executores, aqueles que realizaram aquele bárbaro crime", concluiu Jungmann.

É bom frisar que há tempos as autoridades evitavam falar sobre o assunto, não davam entrevistas sob alegação de que poderia atrapalhar as investigações. Depois de tempo, em apenas dois dias falaram o secretário de Segurança do Rio de Janeiro e o Ministro da Segurança Pública. Porém, nenhuma informação conclusiva que satisfaça o anseio da sociedade sobre o crime de Marielle foi apresentada.

Comentários