Política

Fachin autoriza abertura de inquérito contra Michel Temer

Investigação vai apurar envolvimento na suposta \"compra\" do silêncio de Eduardo Cunha

Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar Michel Temer (Foto: Divulgação)
Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar Michel Temer (Foto: Divulgação)

Edson Fachin, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator da Lava Jato, autorizou nesta quinta-feira (18) abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer (PMDB). De acordo com informações do Estadão, a investigação é por suspeita de envolvimento do presidente na possível "compra" do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O caso veio à tona nesta quarta-feira (17) após matéria de O Globo revelar de que os donos da empresa JBS, Joesley Batista e o seu irmão Wesley Batista, disseram ter gravado uma conversa na qual o presidente teria dado aval a propina para garantir que Cunha ficasse calado.

A gravação, feita por Joesley em março com um gravador guardado no bolso do paletó, foi citada na declaração que os controladores da JBS deram à Procuradoria-Geral da República em abril durante o processo para firmar acordo de delação premiada.

Em nota, o presidente Michel Temer confirmou o encontro com Joesley Batista, mas negou ter dado aval à propina. A assessoria da JBS informou que a empresa não vai se pronunciar. A defesa do deputado Eduardo Cunha também disse que não vai se manifestar no momento.

Aécio Neves

Também segundo O Globo, o senador Aécio Neves aparece envolvido em corrupção ligada à JBS. Ele teria sido filmado pela PF (Polícia Federal) pedindo R$ 2 milhões para o dono a Joesley. O dinheiro teria sido entregue para primo de senador.

A PF rastreou o dinheiro e afirma que foi depositado em empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG). Na gravação, Aécio pedia por dinheiro para pagar as despesas da Lava Jato. Há gravações do senador pedindo dinheiro para Joesley e da entrega do dinheiro para o primo do senador.

Nesta quinta-feira, Fachin determinou o afastamento de Neves do cargo. Ao afastar o político da função parlamentar ou "de qualquer outra função pública", Fachin impôs duas medidas cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado ou réu no conjunto de fatos revelados na delação da JBS; e a proibição de se ausentar do País, devendo entregar seu passaporte.

O Supremo também autorizou a prisão preventiva da irmã do senador, a jornalista Andrea Neves. Ela foi presa pela Polícia Federal na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O primo do presidente do PSDB também foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Frederico Pacheco de Medeiros, conhecido como Fred, teria sido filmado recebendo R$ 2 milhões a mando de Joesley Batista.

Além dele, Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG) também foi preso. Todos foram citados na delação de Joesley Batista. Em todos os casos os mandados são de prisão preventiva e foram autorizados pelo STF.

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