Um grupo formado por cerca de 50 pessoas assaltou a sede da empresa de transportes de valores Prosegur, no município paraguaio de Ciudad del Este, na tríplice fronteira com o Brasil (Foz do Iguaçu) e a Argentina (Puerto Iguazú), para roubar cerca de US$ 40 milhões (o equivalente a R$ 125 milhões).
O dinheiro estava depositado em um cofre que foi aberto com uso de explosivos e fuzis antiaéreos. A informação é da Agência Télam.
O jornal La Nación do Paraguai informou que o assalto foi liderado por membros da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), que também atacaram a sede da polícia e do governo. Um policial identificado como Sabino Ramón Benítez morreu no enfrentamento com os assaltantes.
O chefe da divisão de homicídios da polícia de Ciudad del Este, comissário Richard Vera, afirmou que os delinquentes "transformaram em pedaços com bombas o edifício da Prosegur".
O roubo se estendeu por mais de três horas e ficou registrado em dezenas de registros amadores, em que é possível ver o incêndio de veículos, o som de tiros e o estrondo das explosões.
Bombas ativadas
Segundo o chefe policial, ainda pela manhã os investigadores trabalhavam para desativar as bombas que os assaltantes colocaram "em pontos estratégicos da cidade". "Há bombas ao redor do edifício, que estão sendo desativadas esta manhã. Os delinquentes incendiaram 14 veículos em pontos estratégicos da cidade para evitar que nós [a polícia] chegássemos ao local. Abandonaram veículos blindados com bombas ativadas", relatou o comissário Vera ao canal TN.
O chefe policial explicou que ao chegar ao local, os delinquentes "primeiramente ativaram de maneira simultânea todas as bombas nos veículos que foram abandonados em diversos pontos da cidade. Em seguida, assassinaram o policial e explodiram as bombas dentro do edifício, que literalmente voou em pedaços".
As explosões afetaram as casas vizinhas e a polícia ainda está avaliando os danos e contabilizando os feridos.
Detenção de brasileiro
O comissário Vera vinculou o assalto à detenção há poucos dias, no Paraguai, de um dos criminosos mais procurados no Brasil, conhecido como "Robertinho", que era o número dois da estrutura do PCC.
O governador do departamento paraguaio de Alto Paraná, Justo Zacarías Irún, informou que o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, ligou para ele nesta madrugada e ordenou que as Forças Armadas apoiem as ações da Polícia. "O presidente (Cartes) me ligou por volta de 1h40 [2h40 no horário de Brasília]. Ele determinou o apoio das Forças Armadas", declarou à rádio ABC Cardinal.
O ministro do Interior, Lorenzo Lezcano, afirmou que já tinha informações sobre um assalto que estava para acontecer em Ciudad del Este, mas "não sabiam a hora, o lugar ou a dimensão". "Em fevereiro já havíamos emitido um alerta", disse Lezcano à rádio ABC Cardinal.
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