O prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB) convocou uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço dos seus primeiros 100 dias de governo, mas não houve o que comemorar. Ronaldo disse que está fazendo o possível para manter funcionando os serviços essenciais, como segurança, saúde e educação.
Antes, o secretário da fazenda, Marcos Alvarenga, apresentou os números das dívidas herdadas de Damon e fez revelações surpreendentes. Há dívidas de toda natureza, inclusive R$ 67.357.609,87 em serviços não empenhados, ou seja, contratados sem observar os dispositivos legais. O total da dívida deixada por Damon até 31 de dezembro é de R$ 146.446.574,02, o que segundo eles é impossível de ser paga em um mandato, considerando que a previsão de arrecadação do município neste ano é de apenas R$ 350 milhões, o que obriga o governo a fazer cortes em todos os setores da administração para ajustar os gastos ao orçamento. Hoje as despesas geradas pelo inchamento da máquina deixada por Damon geram um déficit de R$ 8 milhões por mês. O município arrecada em média R$ 29 milhões e gasta R$ 37 milhões.
O prefeito Ronaldo Magalhães disse que está trabalhando firme para equilibrar as contas e que já cortou cento e doze cargos na administração e ordenou um corte de pelo menos 30% em cada secretaria. Mas garante que mesmo a saúde sofrendo corte, ainda irá melhorar a qualidade do serviço prestado ao cidadão com um bom atendimento médico e remédio nas farmácias.
O ex-prefeito Damon gastou na saúde 31% do orçamento e durante seu governo essa foi uma das áreas mais reclamadas. O Folha de Minas recebeu denúncias durante o governo Damon de uma senhora que ficou cega. Ela sofre de glaucoma e catarata e teve interrompido o tratamento que estava fazendo em Belo Horizonte, no hospital Hilton Rocha. Segundo ela, todos os pedidos que trazia do hospital e entregava no PSF não tinha segmento. A esperança dela é que agora, no governo Ronaldo, ela consiga retomar o seu tratamento para fazer as cirurgias e controlar a doença.
Investimentos
O prefeito Ronaldo disse que terá que fazer uma reavaliação do seu plano de governo porque a situação do município hoje é caótica, mas garantiu que vai trabalhar muito para zerar o déficit e fazer alguns investimentos que são necessários, como a avenida que será construída ligando o bairro Gabiroba à Avenida Machado de Assis, no João XXIII e a captação de água da barragem Santana. Segundo ele, essas obras devem começar em breve. Ronaldo disse ainda que está buscando uma parceria público privada para captar água do Rio Tanque para resolver de vez o problema do abastecimento em Itabira.
Administração anterior
O ex-prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) recebeu o município das mãos do ex-prefeito João Izael com R$ 38 milhões em caixa e entregou para Ronaldo um município quebrado com déficit mensal de R$ 8 milhões e uma dívida de R$ 146.446.574,02, devido ao desequilíbrio nas contas públicas.
O município arrecada em média R$ 29 milhões por mês e gasta R$ 37 milhões. Se medidas duras não forem tomadas, a cidade poderá em pouco tempo entrar em um colapso financeiro. Essa situação acontece quando o prefeito gasta deliberadamente sem levar em conta o que o município arrecada.
Damon, quando assumiu o município, criou 113 novos cargos de confiança e mais uma nova secretaria. As ações do ex-prefeito não foram planejadas nem levadas em consideração a arrecadação do município e as prioridades da população. Damon derrubou vários prédios que atendiam bem a população, dentre eles o posto médico do Gabiroba que funcionava em um prédio que oferecia conforto para os pacientes e funcionários com amplas salas e área de espera. No prédio ainda havia salas sobrando e uma farmácia ao lado. Mesmo assim foi derrubado pelo prefeito sob a alegação de que iria construir ali uma UPA para funcionar 24hrs por dia. Resultado: levou o posto médico para um barracão alugado, onde funciona até hoje sem as mínimas condições de trabalho. A população aguarda o atendimento embaixo do sol e os funcionários se espremem em quartos apertados, sob um telhado de brasilite e um calor infernal, situação que Ronaldo Magalhães terá que resolver com urgência.
Não há na história de Itabira registros de uma administração que entregasse ao seu sucessor uma prefeitura com tamanha dívida como foi entregue a Ronaldo Magalhães. Damon conduziu seu mandato sem observar as leis que regem a administração pública e contratou empresas e serviços para o município como se contrata uma faxina para sua casa, o que gerou uma dívida de R$ 67 milhões em serviços não empenhados, pepino que Ronaldo terá que descascar.
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