O ex-vereador Luiz Cipriano Fernandes, “Ki-Suco”, denunciou ao Ministério Público o ex-prefeito de Itabira Damon Lázaro de Sena (PV) por supostas irregularidades a frente da administração pública. Essa é mais uma dentre tantas outras que tramitam no órgão contra o ex-prefeito.
Na denúncia formulada por Ki-Suco ele informa ao Ministério Público que foi convidado por Damon para trabalhar na construção do campus da Unifei e contratado pela Construtora RDR. Segundo o ex-vereador, depois de contratado, Damon o encarregou de fiscalizar obras da prefeitura que nada tinham a ver com a construção do campus universitário e assim trabalhou de agosto de 2014 a setembro de 2015. Neste período o ex-vereador foi o responsável por contratos, fiscalização, medição e liberação de obras, embora a empresa pela qual era contratado não tivesse nada a ver com as demais obras da prefeitura.
Depois de demitido pela empresa em setembro, o prefeito pediu ao ex-vereador que continuasse trabalhando no acompanhamento das obras sob promessa de que ele seria contratado por outra empresa, então, mesmo depois de demitido, Ki-Suco continuou trabalhando normalmente na fiscalização, liberação de obras e medição, como fiscal responsável por vários contratos. Mas a contratação, conforme havia prometido Damon, não aconteceu e assim passaram-se meses sem ser nomeado nem contratado, o que segundo Ki-Suco começou a deixá-lo incomodado. “Depois de ver que a minha carteira estava com eles já há algum tempo e eu trabalhando sem nenhum contrato, comecei a ficar incomodado. Achei esquisito ser responsável por obras da prefeitura, assinar liberação de obras, medições e outros documentos oficiais sem ter nenhum vínculo com a prefeitura nem com empresas contratadas”.
A partir daí, segundo o ex-vereador, ele começou a questionar o governo sobre sua situação, mas nenhuma providência foi tomada. De acordo com o ex-vereador, tempos depois o secretário de Governo na época, Ermiton Machado Gomes “Marmita”, o procurou em sua casa depois do expediente de trabalho com uma certa quantia em dinheiro para lhe repassar. Segundo informou o ex-vereador, ele questionou o Secretário de Governo sobre o pagamento em espécie sem nenhum documento para ser assinado. Quis saber do secretário de onde vinha o dinheiro, quem estava lhe pagando e se recusou a receber antes de ter sua situação regularizada no trabalho. Segundo Ki-Suco, irritado o secretário disse a ele que “se quiser receber será deste jeito, não temos como te contratar”.
A partir daí, de acordo com Ki-Suco, ele procurou o prefeito para o colocar ciente do que estava acontecendo e ficou surpreso ao ver que Damon tinha conhecimento de toda a situação e apenas respaldou o que o secretário já havia dito, informando-lhe de que se ele não quisesse receber seus vencimentos sem documentos formais deveria procurar a justiça em busca de seus direitos.
Então, o ex-vereador recorreu a Justiça do Trabalho, mas foi informado, por seu advogado, que no seu caso deveria procurar a Justiça Comum, já que se tratava de empresa pública – Prefeitura – e também não tinha nenhum contrato formal de trabalho. Assim procedeu o ex-vereador que entrou com uma ação na Justiça Comum em busca de seus direitos trabalhistas e salários que nunca foram pagos.
Questionado por que não procurou o Ministério Público na mesma época que procurou a Justiça do Trabalho, o ex-vereador disse que era ano eleitoral, por isso decidiu deixar para levar a denúncia ao Ministério Público depois das eleições, porque não queria que sua denúncia fosse tida como de cunho político.
O jornal O Folha de Minas teve acesso aos documentos que comprovam a denúncia, dentre eles documentos com o brasão da prefeitura que já trazia no impresso o nome de Luiz Cipriano Fernandes como fiscal do contrato, mesmo ele não tendo formalmente nenhum vínculo trabalhista com a prefeitura, nem outro tipo de contrato. As pastas com os documentos que compõem a denúncia estão sob o poder do Ministério Público e para o cidadão que desejar acompanhar o andamento das investigações a denúncia tem o protocolo de número 0317170002461.
Comentários
Alguém da noticia desse tal de ex-prefeito? ouvi dizer que ele foi para Ipatinga, devia dar explicação a sociedade sobre esta denúncia. Quem sabe agora depois de sair do governo ele reconheça que merecemos explicações sem xingamentos
Parabéns pela matéria, não pode deixar os abusos deste indivíduo cair no esquecimento. Já se passaram quase trinta dias e não houve nenhuma declaração oficial do prefeito eleito sobre a situação que do município, a imprensa também não noticia mais nada sobre ele