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Presidente da Colômbia vence o Prêmio Nobel da Paz 2016

Presidente da Colômbia e o líder das Farc apertam as mãos após assinatura do acordo de paz (Foto: Luis Acosta/AFP)
Presidente da Colômbia e o líder das Farc apertam as mãos após assinatura do acordo de paz (Foto: Luis Acosta/AFP)

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, venceu o Prêmio Nobel da Paz 2016, entregue nesta sexta-feira (7) em Oslo, na Noruega, por seus esforços na busca de um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele e o líder da guerrilha, Rodrigo Londoño Echeverri -- o Timochenko --, chegaram a liderar as apostas há até poucos dias, mas seu nome havia perdido força depois que a população do país disse "não" ao acordo em plebiscito realizada no último domingo (2).

O "fato de a maioria dos eleitores ter dito não ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto", disse a presidente da Comitê Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five. "O referendo não era uma votação a favor ou contra a paz", acrescentou.

"Existe um risco real de que o processo de paz seja interrompido e que a guerra civil seja retomada", o que "torna ainda mais urgente o respeito ao cessar-fogo pelas partes, lideradas pelo presidente Santos e pelo chefe da guerrilha das Farc, Rodrigo Londoño",disse.

De acordo com a tradição, o Comitê não quis explicar por que o Nobel da Paz não era compartilhado com as Farc.

O líder das Farc disse nesta sexta-feira que a guerrilha busca apenas um único prêmio, o de paz com justiça social e sem paramilitarismo para a Colômbia, depois que o presidente Juan Manuel Santos ganhou o Nobel da Paz. "O único prêmio que buscamos é o da #PazComJustiçaSocial para a #Colômbia sem paramilitarismo, sem retaliações nem mentiras #PazALaCalle", escreveu em sua conta no Twitter Timochenko.

Santos é o 15º chefe de Estado a receber a premiação. Ele também é o segundo colombiano a ganhar um Nobel, depois do de Literatura para Gabriel García Márquez em 1982.

Santos, afirmou nesta sexta-feira (7) que estava profundamente honrado por ter recebido o Nobel da Paz. A autoridade dedicou o prêmio a seu país e disse que ele é um grande estímulo para a paz. "Eu recebo isso com grande emoção", disse Santos à Fundação Nobel em entrevista por telefone divulgada em sua conta no Facebook. "Este é um grande, grande reconhecimento para meu país. Estou eternamente grato."

Mais cedo, Santos disse que o prêmio Nobel irá ajudar a impulsionar o processo de paz no país sul-americano, segundo o secretário do Comitê Norueguês do Nobel. "Ele estava extasiado. Ele estava muito agradecido. Ele disse que foi de uma importância inestimável para impulsionar o processo de paz na Colômbia", disse Olav Njoelstad à rede norueguesa NRK após conversar com o líder colombiano por telefone.

Numa edição sem claros favoritos, o Comitê do Nobel comunicou que recebeu um número recorde de indicações: 376, incluindo 228 pessoas e 148 organizações. Apesar do fracasso em colocar fim à guerra que afeta o país há mais de 50 anos, Santos venceu outros nomes de peso como a Defesa Civil Síria, conhecida pelo apelido de 'capacetes brancos', o papa Francisco e a chanceler alemã, Angela Merkel.

O prêmio, que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de oito milhões de coroas suecas (950.000 dólares), será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte de seu fundador, o inventor e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896).

No ano passado, o prêmio foi entregue ao quarteto para o diálogo nacional tunisiano, composto por atores da sociedade civil, por salvar a transição democrática na Tunísia. Em 2014, a jovem paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi dividiram a premiação por seu combate à opressão contra crianças e jovens e a defesa da educação para todos os menores de idade.

Semana de prêmios

Na segunda-feira (3), o japonês Yoshinori Ohsumi venceu o Nobel de Medicina, o primeiro da temporada. Na terça (4), os pesquisadores David J. Thouless, F. Duncan M. Haldane e J. Michael Kosterlitz ganharam o Nobel de Física. Na quarta (5), os pesquisadores Jean-Pierre Sauvage (França), Sir J. Fraser Stoddart (EUA) e Bernard L. Feringa (Holanda) dividiram o Prêmio Nobel de Química. Na segunda-feira (10) será entregue o prêmio em Economia. O Nobel de Literatura fecha a temporada em 13 de outubro

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