Saúde

Inverno favorece a maior ocorrência de infecções respiratórias

Clima frio também aumenta a sensibilidade de pessoas quem sofrem de doenças respiratórias crônicas

Nesta época do ano, em que as temperaturas caem e o ar fica mais seco, é importante se atentar para os cuidados necessários para prevenir a transmissão de bactérias e vírus causadores de doenças. Prática comum nesses dias mais frios, manter os ambientes fechados por muito tempo, ocasiona em baixa circulação e renovação do ar, o que consequentemente, favorece a transmissão de doenças.

“Nos períodos de frio, também lavamos as mãos com menos frequência, e as doenças infectocontagiosas também podem ser transmitidas por meio do contato com objetos contaminados; por exemplo, uma maçaneta tocada por uma pessoa doente que, há pouco, tossiu sobre sua mão”, revela o médico pneumologista do Hospital Júlia Kubitschek, Olavo Dias Junior.

Os resfriados e a gripes são as doenças mais comuns deste período. Porém, enquanto a gripe é causada pelo vírus Influenza, os resfriados são causados por diversos outros tipos de vírus, como os rinovírus, mais brandos que o Influenza. Também chamado de coriza aguda, os resfriados se caracterizam pela inflamação das vias aéreas superiores, com obstrução nasal e/ou tosse.

Geralmente a pessoa com resfriado não tem febre. Já a síndrome gripal é a doença aguda, com duração máxima de cinco dias, e apresenta quadros de febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta, e também com infecção aguda das vias aéreas superiores (faringe, laringe, amídala e traqueia).

As formas de contágio dessas e de outras doenças de transmissão respiratória, como a caxumba e a tuberculose, são similares: ocorrem por meio de secreções liberadas pela pessoa infectada ao tossir, falar ou espirrar.

Medidas como realizar a higiene frequente das mãos – seja lavando com água corrente e sabonete, ou com uso de álcool gel; evitar contato das mãos sem higienização com as mucosas dos olhos, nariz e boca, além de evitar grandes aglomerações e espaços fechados, na medida do possível, ajudam a evitar contágio com doenças infectocontagiosas.

Semelhantes no que se refere ao contágio, as doenças de transmissão respiratória se diferem quanto à intensidade dos sintomas. Manifestações leves como congestão nasal, irritação na garganta, coriza e tosse com secreção clara, provavelmente são devido a um resfriado e dificilmente durarão mais de uma semana.

Por outro lado, conforme alerta o pneumologista do Hospital Júlia Kubitschek, se os sintomas duram mais do que sete dias ou aparecem outros mais intensos como falta de ar, chiado, febre acima de 38ºC, tosse com expectoração (catarro) amarelada ou com sangue, dor no peito, sonolência excessiva, além de sensação de desmaio, vômitos ou diarreia frequentes, o caso merece melhor investigação.

“Nas crianças pequenas ou nos pacientes idosos as manifestações podem ser mais sutis, podendo ser apenas uma mudança no comportamento, choro, desânimo, perda de apetite ou confusão mental, o que deve ser avaliado com maior cuidado”, também destaca Olavo.

Doenças crônicas

Além de propício à transmissão de doenças infectocontagiosas, o pneumologista destaca que o tempo frio e seco também aumenta a sensibilidade de pessoas quem sofrem de doenças respiratórias crônicas, como rinite e asma, por exemplo.

“Nesse período do ano, essas pessoas tendem a sofrer de crises - que preferimos chamar de ‘exacerbações’ - mais frequentemente. Além do fator climático, outros contribuem para o problema, como por exemplo, o uso de roupas e cobertores guardados por muito tempo”, ressalta o médico.

Olavo Dias Junior alerta que pessoas que sofrem de doenças respiratórias crônicas devem ter uma avaliação médica criteriosa para não só estabelecer um diagnóstico correto, mas também um plano de ação para controle da doença e sobre como proceder nos momentos de exacerbações ou crises.

“Conforme a gravidade de cada caso e a idade, a vacinação contra o vírus da gripe e o pneumococo adquirem maior importância para prevenir eventos com potencial maior de danos, inclusive óbitos”, destaca o pneumologista.

Minas Gerais ultrapassou a meta de vacinação contra a gripe em 2016 e imunizou mais de 3,9 milhões de pessoas, uma cobertura vacinal de 94% da população prioritária. Foram 2,2 milhões de idosos com mais de 60 anos vacinados; mais de 140 mil gestantes; 34 mil puérperas; 11 mil indígenas, e 1 milhão de crianças menores de dois anos vacinados. Os dados são do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).

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