A Argentina aceitou hoje pagar US$ 4,6 bilhões a vários fundos que têm dívida do país e pôr fim a um litígio que começou com o colapso financeiro de 2001, anunciou hoje o mediador do caso, Daniel Pollack.
"É um passo de gigante neste longo contencioso, mas não é a etapa final", disse ele em comunicado, esclarecendo que o acordo ainda tem de ser aprovado pelo Congresso argentino, que também deve revogar uma lei que proíbe os pagamentos a fundos "especulativos".
Há quase 10 anos, os fundos NML e Aurelius travam uma batalha nos tribunais norte-americanos para reclamar o pagamento integral de títulos de dívida argentina, que compraram a preços mais baixos após o colapso financeiro do país em 2001.
A justiça norte-americana deu razão aos fundos litigantes em 2012 e aumentou a pressão sobre a Argentina, ao proibir o país de reembolsar os credores que aceitaram uma renegociação de 70% na dívida.
Após anos de impasse durante a presidência de Cristina Kirchner, o novo governo de centro-direita do presidente Mauricio Macri, que chegou ao poder em dezembro, apresentou em fevereiro uma proposta prevendo reembolsar US$ 6,5 bilhões de dólares dos US$ 9 bilhões retidos pelos fundos que recorreram na justiça.
Depois de semanas de intensas negociações, a Argentina conseguiu chegar a um acordo com quatro fundos de investimento (incluindo o NML e o Aurelius), que resistiam, mas acabaram aceitando um desconto de 25%.
O acordo vai permitir que a Argentina retome os pagamentos a outros credores que aceitaram perder 70% do valor das obrigações que detinham nas renegociações de dívidas de 2005 e 2010.
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