A sexta Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis, divulgada hoje (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, mostra que apesar da forte seca registrada no início do ano passado, a produção brasileira de etanol cresceu 4% em 2014, em comparação a 2013, alcançando o recorde de 28,6 bilhões de litros. O recorde anterior foi observado em 2010, da ordem de 27,9 bilhões de litros.
De acordo com a EPE, essa foi a terceira alta consecutiva na produção do etanol no país. Em contrapartida, a safra 2014/15 teve queda de 3,7% na quantidade de cana processada.
Contribuíram para a expansão da produção de etanol em 2014 o baixo preço internacional do açúcar, que direcionou a maior parte da produção de cana para a fabricação desse biocombustível; a liberação de recursos públicos para o setor sucroenergético; além das expectativas de aumento do percentual de etanol anidro na gasolina C (de 25% para 27%, a partir de março de 2015) e do retorno da tributação sobre a gasolina, informou a EPE, por meio de sua assessoria de imprensa.
Um aspecto negativo, segundo o estudo, foi o aumento da dívida do setor sucroenergético, que resultou no fechamento de 13 usinas. A EPE indicou que a queda do preço do açúcar acabou sendo compensada pelo aumento da venda de energia elétrica. O ano passado marcou a ampliação de 17% na participação das usinas de biomassa no cenário energético brasileiro. A expectativa da EPE é positiva para a safra 2015/16, estimando produção de etanol em torno de 29,2 bilhões de litros.
Em relação ao biodiesel, o estudo da EPE indica aumento de 16,7% no consumo em 2014 em comparação ao ano anterior, somando 3,4 bilhões de litros. Desde 2005, quando foi implantado o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), até dezembro de 2014, foram produzidos e consumidos no país 17 bilhões de litros de biodiesel. Com esse resultado, o Brasil passou a ocupar a segunda classificação no 'ranking' mundial de produção e consumo de biodiesel, atrás apenas dos Estados Unidos. Dentre as regiões brasileiras, o Centro-Oeste e o Sul concentraram 83% do biodiesel produzido e consumido no país, no ano passado.
Outro dado importante apontado pela Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis da EPE se refere às emissões evitadas de gás carbônico com a produção de etanol e biodiesel, que totalizaram 67,8 milhões de toneladas em 2014.
O estudo evidencia que pelos dados analisados, “há espaço para maior participação das usinas térmicas a biomassa na matriz energética nacional”. Acrescenta que “o estresse hídrico observado nos últimos meses não provocou restrição do consumo elétrico, devido, em grande parte, à maior integração do Sistema Interligado Nacional e à diversificação das fontes energéticas disponíveis”.
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