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Tudo de acordo no título a Bolsonaro: local, cidade, participantes e proponentes

Evento foi transmitido pela TV da Assembleia Legislativa. Reprodução

Não há qualquer surpresa no título concedido a Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, dia 15. O local, a Assembleia Legislativa do Paraná, não poderia ser mais propício. A casa, presidida pelo réu confesso no recebimento de propina, Ademar Traiano, é o espaço correto para homenagear um ex-presidente que responde por vários crimes e tem na família a suspeita de “rachadinha”. Crime este, aliás, pelo qual também é investigado Ricardo Arruda, o deputado que propôs a homenagem e que teve seu gabinete vasculhado dia desses em uma operação especial.

A cidade também é a ideal para Jair ser homenageado. A República de Curitiba e seu judiciário ora omisso, ora parcial, berço da farsa que foi a Operação Lava Jato, combina bem com uma figura grotesca como Bolsonaro. Estamos falando da cidade que já homenageou Olavo Carvalho e a “psicóloga” que defende a cura gay.

Os participantes não poderiam ser melhor escolhidos. Lá estavam “sumidades” da extrema-direita que têm em Bolsonaro seu grande símbolo. Entre eles, Ratinho Jr., o governador que levou à frente um projeto para enfraquecer a democracia em escolas e militarizá-las; que vem liquidando o patrimônio do estado e vendeu a preço de banana a Copel; que arquitetou, junto com o homenageado, a volta do pedágio no Paraná – ação reconhecida pelo próprio governador em discurso durante o Show de Horrores na Assembleia Legislativa.

O que vale um título de cidadão honorário depois que o inelegível recebeu-o? Fosse eu um dos agraciados – longe de mim essa pretensão – faria questão de devolver a “honraria”. Esperamos que alguns nobres bichos do Paraná possam fazê-lo.

No fim, Bolsonaro ergueu uma arma dentro da Assembleia Legislativa. Qual a surpresa?

A surpresa é o governo federal continuar apoiando o projeto de poder capitaneado pelo bolsonarista Ratinho Jr. É preciso dar um basta nesta relação e parar de ficar dando queijinho ao adversário.

 
Artigo originalmente publicado no site Revérbero.

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