Brasília - Nesta terça-feira (28), a memória e o legado de Marielle Franco foram celebrados pelos Correios, por meio do lançamento, em Brasília (DF), da emissão filatélica que rememora a importância da vereadora do Rio de Janeiro (RJ), assassinada em 2018, e que se tornou símbolo da luta por equidade e um País mais justo.
Participaram da cerimônia as proponentes da emissão, a deputada federal Benedita da Silva; a cofundadora do Instituto Marielle Franco, integrante do Conselho Familiar e mãe de Marielle, Marinete Silva; e a ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, além do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos; da assessora especial da Presidência dos Correios e coordenadora do Grupo de Trabalho Igualdade de Gênero, Raça e Diversidade, Vilma Reis; da superintendente estadual dos Correios no Espírito Santo, Carla Patrícia Pires; de empregados e empregadas e membros da Diretoria Executiva da estatal, entre outras autoridades e convidados.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, ressaltou ainda que a escolha do Mês da Consciência Negra para celebrar a memória de Marielle “não foi uma coincidência”, uma vez que a trajetória dela está unida à de Zumbi dos Palmares e de Dandara em muitos pontos. “Assim como na memória deles, encontramos em Marielle a mesma indignação e força para lutar contra a opressão. Neste ano emblemático, no qual nossa empresa completa 360 anos, essa emissão postal celebra nossa pluralidade e nosso compromisso com um Brasil mais justo e democrático, sem racismo, sem sexismo, sem LGBTfobia”, assegurou.
Bastante emocionada, a deputada federal Benedita da Silva agradeceu ao presidente dos Correios pela emissão postal. “Quero agradecer aos Correios por estarmos aqui hoje realizando mais esse sonho, que só foi possível porque muitas Marielles foram para as ruas e se organizaram, lutaram e continuam lutando para que eu, Anielle e tantas outras possamos estar aqui. Essa não é uma lembrança qualquer, é um dos instrumentos que temos para continuar lutando, sabendo que um dia haveremos de estar não somente estampadas em uma parede com um adeus ou em uma passeata reivindicando justiça: haverá o momento em que não perguntaremos mais quem mandou matar Marielle, pois ela vai ressuscitar em nossas lutas”, declarou.
“A política que minha irmã fez, e continua fazendo dentro de muitas pessoas, é a política do afeto, do cuidado, da coletividade. Estar aqui hoje lançando esse selo é lembrar para quem a gente governa. E a gente governa - e luta -, por toda a população, mas, principalmente, pelas minorias”, afirmou a ministra Anielle Franco.
Marinete Silva destacou que Marielle representou uma força importante para a renovação da política nacional, especialmente na questão de gênero e raça. “Hoje podemos dizer que ela não é mais nossa, pois o que Marielle significa está em todo o mundo, transcende. Por isso ela está presente e estará sempre”, disse.
A programação do evento ainda contou com a palestra “Os negros e as negras na filatelia”, proferida pela empregada dos Correios, a doutora em História Mayra Calandrini, e com uma apresentação musical em homenagem às mulheres negras, feita pela cantora Marina Andrade e pelo empregado Deivid Domênico, compositor da Estação Primeira de Mangueira.
O selo Marielle Franco irá compor uma mostra sobre a presença dos negros e das negras na filatelia brasileira, disponibilizada no edifício-sede da estatal até o dia 1º de dezembro e, na sequência, no Museu Nacional dos Correios, na capital federal.
A arte que compõe o selo foi cedida pelo Instituto Marielle Franco e traz uma representação de seu perfil. A comercialização já está disponível na loja online e em todas as agências dos Correios, sob demanda.
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