Economia

Professora da FGV observa evolução no posicionamento da população em meio ao desemprego

'Brasileiro parte para o empreendedorismo', analisa Ligia Molina (Foto: Divulgação)

O Brasil ganhou mais 2,636 milhões de desempregados entre 2016 e 2017. A fila do desemprego subiu de 11,411 para 14,048 milhões até abril deste ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento é de 23,1%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 1,5% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 1,395 milhão de postos de trabalho. Como consequência, a taxa de desemprego passou de 11,2% no trimestre até abril de 2016 para 13,6% no trimestre até abril de 2017.

Os números do desemprego são alarmantes. A professora de gestão de pessoas da IBE-FGV, coach e consultora de carreira, Ligia Molina, diz que os desdobramentos da crise política estão influenciando e trazendo para baixo as expectativas quanto a melhora. “Quando parece que as coisas estão melhorando, tomando rumo, mais um escândalo vem e acaba refletindo no cenário econômico do país”, diz.

Mas, segundo ela, há uma grande evolução na situação. “Observo, principalmente por parte das novas gerações, que já nasceram com tanta autonomia e liberdade de criação, que vem surgindo uma quantidade muito grande de profissionais liberais, de gente que está buscando se reinventar e isso é um fato muito positivo”, destaca.

O empreendedorismo faz do Brasil um país de destaque no mundo. A taxa de empreendedorismo inicial (referente a pessoas envolvidas na criação de um negócio ou com empresa de até três anos e meio) está em 21% e supera não somente a dos outros países que compõem os Brics – China (12,8%), Índia (10,8%), África do Sul (9,2%). É também maior que o indicador de países como Estados Unidos (11,9%) e Alemanha (4,7%). Os dados são da edição mais recente da Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2015).

“O brasileiro não fica esperando, parado, as coisas acontecerem. Ele vai atrás, ele vai à luta. Ao contrário do que tudo indica, ele corre. A maneira com o brasileiro encara a situação é otimista, mesmo no momento de crise, ele busca se virar, recuperar e se reinventar”, afirma a professora. “Este é o posicionamento que pode virar o jogo”, enfatiza.

Para preservar o emprego é importante que o profissional saia da zona de conforto. “Verifique a situação atual da empresa e veja onde pode colaborar e agregar mais, como melhorar processos, diminuir custos da empresa, qual a contribuição que pode dar. Não fique esperando que a empresa faça as coisas, faça você. Crie, inove, busque oportunidades. Você será reconhecido e é uma forma de preservar o seu emprego”, recomenda Ligia Molina.

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