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PM dispersa manifestantes que cercavam praça próxima à casa de Temer em SP

Ação ocorreu na madrugada desta segunda; PM havia montado barreiras de bloqueio e reforçado efetivo no entorno da residência, por onde só circulavam moradores com RG

Pichações feitas por manifestantes em casas vizinhas à do presidente em exercício, neste domingo (Foto: Hélvio Romero/Estadão)
Pichações feitas por manifestantes em casas vizinhas à do presidente em exercício, neste domingo (Foto: Hélvio Romero/Estadão)

A Polícia Militar dispersou o grupo de manifestantes que acampava nas redondezas da casa do presidente em exercício Michel Temer. Segundo a Globo News, a ação ocorreu no início da madrugada desta segunda-feira (23) e cerca de 150 pessoas estavam no local.

Os manifestantes contrários ao governo de Michel Temer cercaram a praça onde fica a residência do peemedebista, no final da tarde deste domingo (22). Convocado pela Frente Povo Sem Medo, grupo liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) que reúne diversos movimentos sociais, começou por volta das 14h e reuniu cinco mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar – 20 mil, segundo os organizadores.

Todos os acessos à Rua Beneti e à Praça Conde de Barcelos, onde fica a casa de Temer, que ganhou reforço na segurança, foram fechados pela Polícia Militar. Um grupo de manifestantes tentou negociar, sem sucesso, com o comando do policiamento no local para se aproximar da residência.

Segundo a assessoria de comunicação da PM, a decisão de interditar os acessos foi tomada em conjunto pela polícia, pelas Forças Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da República.

Os manifestantes decidiram, então, cercar os acessos à praça. “É ilegal, o nosso direito de livre manifestação está sendo cerceado, independente de quem veio a ordem. Nós ficaremos aqui, a rua dele está cercada, até que haja posicionamentos em relação a tudo que nós viemos trazer aqui hoje”, disse o líder nacional do MTST, Guilherme Boulos.

Foram registradas pichações com dizeres como "Fora, Temer" e "Temer jamais" em casas e muros nas proximidades da residência do presidente em exercício.

Minha Casa, Minha Vida
Além de acusarem Temer de ter praticado um “golpe” que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff, os participantes do protesto reclamam da suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida, um dos focos do MTST. Na última terça-feira (17), o Ministério das Cidades revogou a portaria que habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade entidades.

“Aqui todos estão indignados com esse golpe que ocorreu no país e, por isso, gritam 'fora Temer!'. Tem muita gente que veio de longe, do extremo sul, leste [de São Paulo], de ocupações. Vieram porque há poucos dias tiveram a notícia de que esse governo ilegítimo cortou as suas moradias que já estavam contratadas”, destacou Boulos ao discursar no carro de som.

O ato foi iniciado por volta das 14h, com concentração no Largo da Batata, e de lá partiu em passeata de três quilômetros rumo à residência de Temer. Apesar da pressão, o presidente em exercício já havia deixado o local mais cedo, embarcando para Brasília por volta de 15h30.

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