Cidades

Seis mortos são confirmados em Mariana; 2 não foram identificados

Um dos corpos, localizado em Rio Doce, está no IML de Belo Horizonte. Outro corpo foi achado na barragem de Fundão nesta terça-feira (10).

O comando de operações em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, confirmou no início da noite desta terça-feira (10) que dois corpos resgatados e ainda não identificados são de pessoas mortas no rompimento das barragens de Fundão e de Santarém, da mineradora Samarco.

Até agora, são seis mortes confirmadas na tragédia com essas novas confirmações.

Segundo boletim do comando de operações, um dos corpos está no Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte e foi localizado no sábado, em Rio Doce, a cerca de 100 km das barragens.

O outro corpo foi localizado na barragem de Fundão nesta terça-feira (10) e vai ser levado para o necrotério em Mariana.

Na noite desta terça, a Defesa Civil municipal de Rio Doce, também na Região Central de Minas, informou que dois corpos foram achados em um trecho do Rio Doce. Um deles é de um menino, e o outro de um adulto, porém não é possível ainda dizer o sexo.

A Defesa Civil disse que ainda não está confirmado se os corpos são de vítimas do rompimeto das barragens.

Vítimas identificadas
As quatro vítimas já identificadas são: Emanuely Vitória, de 5 anos; Waldemir Aparecido  Leandro, de 48; Sileno Narkievicius Lima, de 47, e Cláudio Fiuza, de 40. A menina era moradora do distrito de Bento Rodrigues, e os três homens eram funcionários de empresas terceirizadas da Samarco.

Vinte duas pessoas seguem desaparecidas: 10 moradores de Bento Rodrigues e Camargos e 11 trabalhadores da Samarco e de empresas terceirizadas. Quatro pessoas foram localizadas com vida: três homens e uma mulher.

Abalos
Três abalos foram sentidos na manhã desta terça, no distrito de Bento Rodrigues, todos com baixa magnitude e epicentros próximos às barragens, segundo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).

Por medida de segurança, os moradores foram orientados a deixar o local. Após as 10h, apenas equipes treinadas dos bombeiros permaneciam no distrito.

“Uma das coisas ainda em discussão é se esse é um evento natural ou desencadeado pelos reservatórios”, disse George Sand, chefe do observatório. No dia do rompimento das barragens também foram registrados abalos da mesma natureza na região.

Um boletim divulgado no início da tarde afirma que o tremor não causou qualquer alteração na estrutura das barragens de Germano e Santarém. Por precaução, a Samarco informou que instalaria nesta terça três sismógrafos em pontos estratégicos das barragens.

Calamidade
A prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa (PT), decretou estado de calamidade pública no município do Vale do Rio Doce nesta terça. A cidade foi atingida pelos rejeitos das barragens, que atingiu o Rio Doce, comprometendo o abastecimento de água.

O promotor de Justiça Guilherme Meneghin disse que a Samarco alugou 140 casas em Mariana e distritos vizinhos que não foram afetados pela lama para começar a abrigar as famílias que perderam tudo. Segundo o MP, a empresa vai custear o mobiliário, contas de água e energia.

Nesta terça, o número de desabrigados que foram hospedados em hotéis de Mariana foi atualizado para 631 pessoas de 183 famílias.

A Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo informou que vai multar a Samarco. Segundo o secretário Rodrigo Júdice, o valor ainda não foi calculado, mas vai ser proporcional ao patrimônio da empresa, bem como ao dano causado.

A previsão é que a lama chegue aos municípios capixabas cortados pelo Rio Doce nesta sexta-feira (13). Nesta manhã, a usina de Mascarenhas, em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo, abriu três comportas na tentativa de diminuir os efeitos da enxurrada de lama.

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