Faculdade Santa Marcelina expulsa 12 alunos por faixa com apologia ao estupro em evento universitário
Outros 11 estudantes receberam sanções disciplinares e a Associação Atlética foi interditada por tempo indeterminado; caso também é apurado pelo Ministério Público
São Paulo - A Faculdade Santa Marcelina, localizada na capital paulista, anunciou nesta semana a expulsão de 12 alunos do curso de medicina, além de aplicar punições disciplinares a outros 11 estudantes, por envolvimento em um episódio de apologia à violência sexual durante um torneio universitário ocorrido em março deste ano.
O caso veio a público após a publicação de uma faixa com conotação explícita de estupro, exibida por integrantes da Associação Atlética Acadêmica (AAA) da instituição durante a competição esportiva. A imagem foi compartilhada nas redes sociais da própria atlética, o que gerou ampla repercussão negativa e revolta entre estudantes e movimentos sociais.

Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (28) pela direção da Santa Marcelina, a decisão de expulsão foi tomada após a conclusão de uma sindicância interna instaurada para apurar os fatos.
“Foram apreciadas em primeira instância nesta segunda-feira (28), sendo que 12 estudantes foram, nesta data, desligados da instituição, e outros 11 estudantes receberam sanções regimentais que configuram suspensões e outras medidas disciplinares”, declarou a faculdade.
A instituição também informou que a Associação Atlética Acadêmica permanecerá interditada por tempo indeterminado, como medida preventiva.
A denúncia do episódio foi feita pelo coletivo feminista Francisca, formado por alunas da própria faculdade, que classificou o conteúdo da faixa como inaceitável e pediu responsabilização dos envolvidos.
O Ministério Público de São Paulo também instaurou procedimento para apurar possíveis implicações criminais da conduta dos estudantes. A Promotoria avalia se houve incitação à violência sexual ou outro tipo de infração penal.
A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) e a Defensoria Pública também manifestaram repúdio ao caso e reforçaram a importância de medidas firmes para coibir a cultura do estupro no ambiente universitário.
“É fundamental que as instituições de ensino adotem posturas exemplares diante de atos que atentem contra os direitos humanos, a dignidade da mulher e o ambiente de respeito e inclusão que deve prevalecer nos espaços acadêmicos”, afirmou a defensora pública Juliana Belloque, em nota.
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