Economia

BC eleva previsão de crescimento do PIB para 2,1% e projeta queda da inflação em 2025

Inflação acumulada segue acima da meta, mas expectativa é de desaceleração gradual a partir do fim do ano

Marcello Casal Jr / ABR - 

Brasília - O Banco Central (BC) revisou nesta quinta-feira (26) suas projeções econômicas e passou a prever crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 — ante 1,9% na estimativa anterior. Já a previsão de inflação para o mesmo ano recuou de 5,1% para 4,9%, segundo o novo Relatório de Política Monetária (RPM).

Apesar da leve melhora nas expectativas, o documento ressalta que a atividade econômica deve perder fôlego ao longo do ano, e que a inflação permanece acima da meta de 3% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O intervalo de tolerância vai de 1,5% a 4,5%.

Pressões e alívio

O relatório aponta que a inflação segue pressionada por uma economia mais aquecida do que o previsto, enquanto queda nos preços do petróleo e valorização do real ajudam a conter os índices. A expectativa é que a inflação acumulada em quatro trimestres chegue a 4,9% no fim de 2025, 3,6% em 2026 e 3,2% no último trimestre de 2027.

O cenário base do BC indica que a inflação deve se manter acima do limite da meta até o quarto trimestre deste ano, quando começaria uma trajetória de desaceleração.

“A inflação se mantém acima da meta e as expectativas permanecem desancoradas”, aponta o documento.
“Apesar de uma leve surpresa negativa em relação ao último relatório, não houve melhora nas expectativas para horizontes mais longos.”

Política monetária seguirá restritiva

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (24), reforçou que a inflação desancorada exige uma política de juros mais rígida e por mais tempo. O comitê defendeu a manutenção de uma política monetária em patamar contracionista por período prolongado.

Atividade econômica e mercado de trabalho

O relatório destaca que os dados de atividade e emprego vieram acima do esperado no primeiro trimestre, com recuo na taxa de desemprego e avanço na ocupação. O PIB cresceu 1,4% entre janeiro e março, com destaque para o setor agropecuário, menos sensível ao ciclo econômico.

Cenário externo inspira cautela

Sobre o ambiente internacional, o BC avalia que as incertezas seguem elevadas, principalmente em razão de tensões geopolíticas e da condução da política econômica dos Estados Unidos.

Segundo o relatório, há reflexos diretos sobre a volatilidade de ativos globais, o que exige cautela adicional dos países emergentes, como o Brasil.

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