Seca recua no Norte e Centro-Oeste, mas se intensifica no Sul, Sudeste e Nordeste, aponta ANA
Chuvas acima da média aliviaram estiagem na Amazônia e em parte do Centro-Oeste; já no Sul e Nordeste, a seca se agravou entre fevereiro e março

Belo Horizonte - O mais recente levantamento do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) revela um cenário climático desigual no Brasil. Entre fevereiro e março de 2025, o fenômeno da estiagem apresentou recuo nas regiões Norte e Centro-Oeste, enquanto se intensificou no Sul, Sudeste e Nordeste do país.
De acordo com o monitor, estados como Amapá e Pará ficaram completamente livres da seca no período analisado, enquanto no Acre, Rondônia e centro do Amazonas o fenômeno se abrandou. A melhoria é atribuída às chuvas acima da média histórica que atingiram a Região Norte nos últimos meses.
No Centro-Oeste, embora tenha havido avanço da seca moderada em áreas de Goiás e leste de Mato Grosso, a estiagem fraca recuou em pontos do oeste mato-grossense e noroeste goiano. Isso mostra uma melhora parcial, apesar das chamadas “anomalias negativas de precipitação” registradas em parte da região.
Já no Nordeste, a situação se agravou. Houve expansão da seca moderada na Bahia e em Pernambuco e avanço de áreas com seca grave no sudeste do Piauí, sul de Pernambuco, oeste de Alagoas e de Sergipe, além de partes do interior baiano. Por outro lado, chuvas isoladas ajudaram a aliviar a seca fraca no centro do Ceará e no norte do Maranhão.
O cenário também piorou no Sudeste, com avanço da seca moderada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, reflexo de chuvas abaixo da média e deterioração dos indicadores climáticos.
No Sul do país, a estiagem se agravou de forma mais acentuada. A seca moderada avançou no Rio Grande do Sul, enquanto Santa Catarina e Paraná registraram expansão da seca fraca e, em alguns pontos, evolução para seca grave, especialmente no nordeste gaúcho e na Serra catarinense.
A ANA destacou que, entre as cinco macrorregiões brasileiras, o Sul foi a mais severamente afetada em março, com 22% do seu território em condição de estiagem grave. Em contrapartida, o Sudeste apresentou o quadro mais brando, embora com piora em relação ao mês anterior.
Situação por estados
A estiagem aumentou na Bahia, Paraná e Santa Catarina. Já no Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins, houve diminuição da área sob seca. Em 11 estados e no Distrito Federal, o cenário permaneceu estável. O Amapá seguiu sem registros de seca e o Pará ficou livre do fenômeno em março.
A importância do Monitor de Secas se dá por sua capacidade de oferecer diagnósticos em tempo quase real sobre as condições de umidade do solo e impactos na agricultura e abastecimento hídrico. A ferramenta é essencial para a gestão de recursos hídricos, políticas públicas e ações emergenciais em tempos de crise climática.
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