STF julgará Carla Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ
Deputada é acusada de ser a mandante da ação que resultou na inserção de mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes

Brasília - A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 9 de maio o início do julgamento da ação penal contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto. Ambos são acusados de invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, com o objetivo de inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
O julgamento ocorrerá no plenário virtual do STF, com previsão de término em 16 de maio. Durante esse período, os ministros depositarão seus votos eletronicamente, sem debates presenciais. A defesa de Zambelli solicitou que o julgamento fosse realizado no plenário físico, permitindo a exposição oral dos argumentos, mas ainda não há decisão sobre esse pedido.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli teria orientado Delgatti a invadir o sistema do CNJ para produzir um mandado de prisão falso contra Moraes. A acusação inclui também a tentativa de bloqueio de valores na conta do ministro. Delgatti, conhecido como "hacker de Araraquara", é réu confesso e afirmou ter recebido recursos da deputada para realizar a invasão.
A PGR acusa os réus pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que os atos visavam prejudicar a administração do Judiciário e gerar vantagens políticas para Zambelli.
Delgatti está preso preventivamente desde novembro de 2023. A defesa do hacker solicitou a conversão da prisão em medidas cautelares, alegando ausência de violência nos delitos, mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes.
O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
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