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Fabricantes de aço e alumínio reagem a novas tarifas dos EUA e defendem restabelecimento de acordo de 2018

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Janno Nivergall / Pixabay 

Brasília - O Instituto Aço Brasil (IAB) manifestou preocupação com a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, defendendo a reabertura do diálogo entre os dois países para retomar os termos do acordo firmado em 2018.

Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o instituto ressaltou a importância de restaurar o fluxo comercial conforme estabelecido anteriormente, enfatizando que a nova tarifa não trará benefícios para nenhuma das partes. O acordo de 2018 previa cotas de exportação de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e placas e 687 mil toneladas de laminados para o mercado norte-americano.

O IAB destacou ainda a longa parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos, apontando que, no setor do aço, a balança comercial é favorável ao mercado norte-americano. "Considerando os principais itens da cadeia do aço – carvão, aço e máquinas e equipamentos – os Estados Unidos registram um superávit de US$ 3 bilhões em uma corrente de comércio total de US$ 7,6 bilhões", diz a nota.

Setor de alumínio também expressa preocupação
A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) alertou para os impactos da nova tarifa sobre as exportações brasileiras, ressaltando que ainda não está claro se a nova taxa substituirá a atual alíquota de 10% ou se resultará em uma tarifa total de 35%. Segundo a entidade, a sobretaxa poderá tornar os produtos brasileiros menos competitivos no mercado norte-americano.

A Abal também alertou para possíveis impactos indiretos, como a concorrência desleal e a entrada de produtos de outras origens no mercado brasileiro a preços reduzidos. A entidade defendeu a ampliação das discussões sobre mecanismos de defesa comercial e revisão da política tarifária nacional para proteger a indústria brasileira.

Impactos Regionais: Minas Gerais e São Paulo em alerta
Minas Gerais, um dos principais estados exportadores de produtos siderúrgicos, pode estar entre os mais afetados pela medida. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) afirmou que acompanha de perto os desdobramentos, mas ponderou que, por se tratar de uma taxação global, o impacto pode ser mais equilibrado. O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, destacou que a indústria brasileira complementa a norte-americana e que a relação entre os dois países pode minimizar os danos.

Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lamentou a decisão e enfatizou que os Estados Unidos registraram superávit comercial com o Brasil em 16 dos últimos 20 anos. "O Brasil não representa uma ameaça comercial para os EUA", afirmou a entidade, que espera uma solução rápida com base nas regras internacionais de comércio.

A Fiesp também destacou que vários produtos estadunidenses importados pelo Brasil contam com regimes especiais de redução tarifária, o que facilita o acesso ao mercado brasileiro. A entidade aposta na histórica relação comercial entre os países para evitar prejuízos para ambas as indústrias.

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