Viver em comunidade não é uma escolha humana e nem tão pouco uma tarefa fácil. O filósofo grego Aristóteles já afirmava que o ser humano é um animal político e isto significa, que devemos desenvolver a arte de viver coletivamente, requer renúncias, aprender a conviver com a diversidade e principalmente saber que às vezes é preciso ceder.
Temos que reconhecer, que viver em sociedade é estar envolto por uma série de opiniões diversas, mas que somente algumas prevalecerão, mesmo que seja um período de tempo.
Assim, nos tempos antigos nascem os princípios do espírito democrático: que de forma bem simples pode ser entendido como o governo da vontade popular. O povo será ouvido, participante e dele sairá a tomada das decisões. Provavelmente, na atualidade o plebiscito seria o que mais se aproxima, de fato, do sentido democrático de decidir.
Claro que não podemos confundir a vontade da maioria como uma ditadura da maioria, senão geraríamos exclusão e segregação social. Mas tão pouco, em nome de uma organização, não podemos fingir que a decisão tomada por essa maioria não deva prevalecer. Pois sabemos que dificilmente acontece unanimidade de pensamento. E seria muito fácil elaborar um discurso que propaga, que cada um deva fazer tudo que quer e como quer. Pois isso agrada aos ouvidos, mas na realidade é possível?
Portanto, na democracia devemos saber ganhar e também perder. Temos que ter ciência que nem tudo que acreditamos e queremos será viável e possível. Justamente porque, pode acontecer de a maioria das pessoas não comungarem ou concordarem com o pensamento apresentado. Nesta direção, as regras de convivência deveriam ser criadas e respeitadas.
Por isso, de tempos em tempos somos convocados, democraticamente, para através do voto, escolher outros rumos ou pensamentos que acreditamos ser os melhores para a sociedade que vivemos.
Podemos nos equivocar? Claro que podemos. Erros e acertos fazem parte da evolução de qualquer civilização. Da mesma forma que podem provocar sua destruição. Afinal, quantas civilizações nem existem mais. A história nos mostra inúmeras.
Mas, afinal, que democracia queremos? Seria aquela na qual prevaleça somente nossas vontades? Seria aquela que não oportuniza e valoriza outras formas de pensamento? Seria aquela que só serve quando agrada e convém? Se suas respostas forem sim, provavelmente mora um ditador dentro de você.
A democracia, sem sombra de dúvidas, é uma das conquistas mais importantes da humanidade. Em alguns lugares, como no nosso Brasil, ela ainda deve amadurecer muito. Mas mesmo assim, se está ruim com ela, com certeza ficaria muito pior sem.
Nos cabe rever nossas atitudes e posturas e, de forma sincera e madura, perceber qual o grau de contribuição que estamos dando para que em nosso país a democracia aconteça em sua plenitude. Não basta querer a democracia é preciso ser democrático.
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