Coluna

POEME-SE

MÃOS TATUADAS
Imagem ilustrativa. 

Rio - Certa vez, comentando a obra de Rubem Braga, o escritor Paulo Mendes Campos disse que ao ler a obra do amigo descobriu que a crônica era “o espaço livre do cronista, que o usava para escrever poemas em prosa, poesias, contar histórias, fantasias e fazer ensaios”. 

Como Rubem Braga, aproveito esse espaço para mais uma vez escrever sobre meu livro de poesias “Amor não é só uma Palavrinha. É um Palavrão”.  

O livro será lançado ainda esse ano pela Dreams Editorial, publico aqui - a guisa de crônica - mais dois poemas do livro: 

O SOL QUADRADO 

Sou viciado em poesia 

Um marginal que trafica
Amor em embalagens de coração

Vivo cheirando a sexo
E queimando de desejo

Baseado nessa vida louca
Não vai sobrar pedra sobre pedra

Tudo vem do pó 
E retorna ao pó...tudo é pó-esia

O soldado de polícia
Com um beque no quepe 

Me deu uma dura
E levou minha droga de vida

Agora vejo o sol
Nascer quadrado.

(Ediel)

 

POESIA MARGINAL
(para a geração mimeógrafo)

O mimeógrafo
Antigo e frio
Que vomita poesia
Cheira a álcool

O poeta que vende 
Seu folhetim
No Baixo Leblon
Cheira a álcool

O bêbado
Que escreve poemas
Para uma puta
Cheira a álcool

Minha poesia 
Cheira a álcool
Minha alma
Cheira a álcool

Uma onda engole a outra.

(Ediel)

Comentários