Cármen Lúcia corrige advogado de Ramagem sobre voto impresso e auditável
Ministra destacou que urnas eletrônicas são auditáveis desde 1996 e criticou confusão de termos usada pela defesa

Brasília - A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta terça-feira (2) a fala do advogado Paulo Renato Cintra, que defende o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus do chamado núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado.
Durante sua sustentação, Cintra utilizou as expressões “voto impresso” e “voto auditável” como sinônimos ao afirmar que Ramagem não participou da propagação de desinformação contra o sistema eleitoral. A ministra, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), corrigiu o advogado e destacou que as urnas eletrônicas são auditáveis desde 1996, quando começaram a ser usadas no Brasil.
“Vossa Senhoria usou, com muita frequência, como se fosse a mesma coisa, não é. O que foi dito o tempo todo é essa confusão para criar uma confusão na cabeça da brasileira e do brasileiro para colocar em xeque”, disse Cármen Lúcia.
Após a intervenção, Cintra esclareceu que utilizou os termos de forma intercambiável porque era assim que apareciam nas conversas em grupos de WhatsApp atribuídos a Bolsonaro e seus aliados, elementos que constam na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O advogado também argumentou que os episódios de monitoramento ilegal atribuídos a Ramagem ocorreram antes de sua posse na direção da Abin, em 2019. O julgamento do núcleo 1 segue com as sustentações orais das demais defesas.
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