Moraes diz que julgamento de réus do golpe será concluído ainda em 2025
Ministro do STF afirma que Corte não se intimidará diante de ameaças nem pressões externas

Brasília - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que o julgamento dos acusados pela tentativa de golpe de Estado durante o governo Jair Bolsonaro será concluído ainda este ano. A declaração foi feita durante a sessão de reabertura dos trabalhos do STF após o recesso de julho.
“Ainda este semestre nós julgaremos todos os responsáveis. Absolvendo aqueles onde não houver prova de responsabilidade, condenando aqueles onde houver prova. Mas julgando, exercendo nossa função jurisdicional. E não nos acovardando em virtude de ameaças, seja daqui ou de qualquer outro lugar”, declarou o ministro.
Com o encerramento da etapa de interrogatórios em (28 de julho), o STF concluiu a fase de instrução das ações penais contra os réus dos núcleos 1 a 4 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ao todo, 31 acusados prestaram depoimento.
Durante o discurso, Moraes também respondeu de forma indireta à ofensiva política liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, e às recentes sanções anunciadas pelo governo norte-americano, sob liderança do presidente Donald Trump. O ministro classificou como “pseudopatriotas” os brasileiros que, segundo ele, atuam no exterior para prejudicar o país em nome de interesses pessoais.
“O modus operandi golpista é o mesmo”, afirmou Moraes, comparando as articulações internacionais atuais ao movimento golpista do dia 8 de janeiro de 2023, que culminou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Eduardo Bolsonaro tem comemorado as medidas do governo Trump, que incluem sanções financeiras ao ministro e tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O deputado está desde março nos Estados Unidos, após pedir licença do mandato, alegando sofrer perseguição política.
As falas de Moraes ecoaram no plenário do STF, que contou também com manifestações do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, e de outros integrantes da cúpula do Judiciário e do Ministério Público.
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